
A Câmara de São Caetano aprovou nesta terça-feira (03/06), o requerimento do vereador Marcel Munhoz (PP) para instaurar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades ocorridas no ano de 2024, último da gestão de José Auricchio Júnior (PSD) à frente do Palácio da Cerâmica. A proposta teve o apoio da maioria da bancada governista, inclusive de ex-integrantes da gestão anterior.
Foram 16 votos favoráveis para a CPI. Três parlamentares votaram contra: Caio Salgado e Matheus Gianello (ambos do PL), e Olyntho Voltarelli (PSD). O vereador Luis Galarraga (PL) se absteve da votação. Gianello e Galarraga justificaram que seus votos acontecem por não se sentirem a vontade de votar em uma proposta, pois fizeram parte da gestão Auricchio.
Entre aqueles que votaram favoravelmente estão o ex-líder do governo Auricchio, Gilberto Costa (PP), o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Daniel Córdoba (PSD) e o ex-coordenador geral da Coordenadoria Municipal da Terceira Idade Welbe Macedo (PSB). Impedido de votar pelo regimento, o presidente da Casa e ex-vice-prefeito Dr. Carlos Humberto Seraphim (PL) assinou o requerimento pedindo a CPI.
Justificativas
“Nas duas últimas prestações de contas que aconteceram aqui no município, onde a secretária da Saúde (Adriana Berringer) alega que tem muita dívida e o secretário da Fazenda (Paulo José Rossi) também. E como somos fiscais do povo e cobrados na rua, eu acho importante que a gente veja o percentual referente a dívida que temos em São Caetano. Temos ainda três anos e meio pela frente, não é um ano e nem dois. Então temos que acabar dando uma satisfação para os munícipes dizendo se realmente tem essa dívida ou não.”, disse Munhoz.
No requerimento, o parlamentar aponta a necessidade de verificar o aumento da dívida de R$ 429 milhões para R$ 824,9 milhões em um ano. Além disso, os restos a pagar que teriam superado a casa dos R$ 300 milhões.
O líder de governo, César Oliva (PSD), e Gilberto Costa salientaram que a CPI servirá para encontrar respostas sobre tais dívidas e não para criar julgamentos e pré-julgamentos sobre quem quer que seja. Costa ainda salientou que assinou o pedido após o apoio de Oliva e Seraphim.
Os oposicionistas relembraram que já apontavam problemas da gestão passada durante a última legislatura ou mesmo em suas ações políticas na cidade. Getúlio Filho (União Brasil) também pediu apoio para seu requerimento que pede a instauração da CPI do Pronto Cardio, na qual considera que foi umas “vítimas” da dívida herdada da gestão passada.
“Ao mesmo tempo que confesso ter sido surpreendido, eu estou muito satisfeito. Eu bati muito nessa questão da gastança, sobretudo no final do Auricchio IV. Mas o negócio não é tão raso, é bem profundo. A dívida consolidada, na soma do Auricchio III com o Auricchio IV, é de 92% de acréscimo. Ele herdou R$ 429 milhões e deixou R$ 893 milhões.”, disse Edison Parra (Podemos).
O mesmo caminho foi traçado no discurso de Bruna Biondi (PSOL), que junto com Getúlio Filho, pediram para entrar na Comissão. Segundo o regimento da Câmara, o grupo pode ser formado por até três parlamentares. Marcel Munhoz será um deles.
Confira abaixo o requerimento que pediu a CPI: