ABC - quarta-feira , 7 de maio de 2025

Tarcísio entrega CDHU Móvel, 736 escrituras em SBC e diz que Linha 20 começa pelo ABC

Entrega de escritura para moradores de unidades da CDHU de São Bernardo. (Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) esteve em São Bernardo, nesta terça-feira (06/05) para entregar um novo serviço da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), uma unidade móvel com toda a estrutura administrativa da companhia estatal onde os mutuários terão a possibilidade de resolver problemas de pagamentos, re-financimentos, resolver a transferência de titularidade, entre outros serviços. O governador também entregou, juntamente com o prefeito Marcelo Lima (Podemos) as escrituras de 736 apartamentos do Conjunto Habitacional São Bernardo F, que fica na Vila Ferreira. O chefe do Executivo estadual também disse que quer que as obras da linha 20-Rosa do Metrô, que vai ligar Santo André ao bairro da Lapa, na Capital, comecem pelo ABC.

O evento reuniu um grande número de pessoas, a maioria adquirentes de unidades da CDHU e suas famílias, que receberam as escrituras. Dentre as autoridades estavam, além de Freitas e Lima, a diretoria da CDHU, a deputada federal, Renata Abreu (Podemos), a deputada estadual, Carla Morando (PSDB) e os prefeitos Guto Volpi (PL- Ribeirão Pires), Gilvan Júnior (PSDB – Santo André) e Taka Yamauchi (MDB – Diadema).

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A diretora de Atendimento Habitacional da CDHU, Ticiane D’Aloia, explicou como a carreta vai funcionar e que São Bernardo é o primeiro ponto de parada desta unidade móvel. “Estamos num evento de regularização fundiária e aproveitamos para apresentar para vocês a carreta da CDHU que, a partir de hoje, começa um trabalho em todo o Estado e fará atendimento nos municípios onde não temos as regionais. O que queremos com isso é a CDHU cada vez mais perto para atender depois dos contratos. Estamos dando a largada com a carreta saindo daqui de São Bernardo para todos os municípios é uma grande oportunidade para a regularização do contrato ou regulação financeira que vocês precisem fazer”, apontou.

“Receber o título de propriedade é uma coisa importante, porque aí você tem certeza de que aquele cantinho é seu e que nunca mais ninguém vai poder tirar e pode, também, passar isso para as próximas gerações, o que tem um valor muito grande. Isso valoriza a vida das pessoas, é dignidade. Também agradeço ao governador pelo lançamento do CDHU Móvel, porque agora as pessoas não precisam se deslocar até São Paulo para fazer alguma regularização no contrato, assim o governo fica mais próximo da casa das pessoas”, discursou Carla Morando.

O governador destacou, em números, os investimentos do governo paulista na habitação de São Bernardo e apontou que no mandato os investimentos nesta área quadruplicaram. “O Estado produzia, em quatro anos, de 25 mil a 30 mil unidades habitacionais; a gente já entregou 53 mil unidades, estão em obra neste momento 111 mil e a gente autorizou recentemente mais 42 mil, isso significa que e vamos entregar, ao todo, mais de 200 mil unidades, então o que achavam que era impossível a gente está fazendo. A gente investia R$ 1 bilhão por ano em habitação, a gente aplica hoje R$ 4 bilhões. A gente já entregou mais de 700 unidades aqui em São Bernardo, tem mais de 2 mil em obras aqui e vamos fazer mais habitação aqui e tirar mais gente de área de risco. “, contabiliza.

Para Freitas outra grande realização do governo é entregar a documentação dos imóveis para quem já vive em unidade da CDHU. “Se você ganha a casa própria e a escritura não está averbada, você não pode vender, não pode transferir, nem passar para um neto. Pensa que vocês vão ter a tranquilidade de poder passar o imóvel para o filhos de vocês, vão ter um lugar para chamar de seu de verdade, é o lar de vocês. Como vocês, quase 130 mil famílias realizaram esse sonho, receberam o título”, disse o governador que também garantiu que a carreta, que seria apenas apresentada em São Bernardo, ficasse na cidade já em atendimento aos mutuários até sexta-feira (09/05). “Aqui a gente vai entregar documento, fazer a regularização fundiária é como se a gente levasse o cartório para perto da casa de cada um, estamos levando a CDHU para perto de você e a carreta vai ficar aqui até sexta-feira, depois vai para Mogi das Cruzes e Campinas e vai ficar atendendo as pessoas do Estado realizando sonhos”.

Tarcísio também recebeu uma homenagem dos vereadores que lhe entregaram o título de Cidadão Sãobernardense, aprovado pela Câmara. “Obrigado pela homenagem, encaro isso como uma nota promissória a partir deste momento sou mais devedor de São Bernardo, contem comigo”.

Risco

O presidente da CDHU, Reinaldo Iapequino, também ressaltou a conta feita pelo governo de programar a entrega de 200 mil unidades habitacionais no Estado, que é cerca de 20% do déficit habitacional paulista, estimado em cerca de 1 milhão de famílias. Iapequino falou em atender prioritariamente as áreas de risco e citou nominalmente Mauá e bairros de São Bernardo. “Eu tenho Mauá como uma referência de risco habitacional grande, como Franco da Rocha e também São Bernardo por conta da ocupação em áreas de mananciais. Temos uma preocupação muito grande em atuar em áreas de risco. É muito difícil falar em números do déficit, porque temos também o déficit qualitativo, ou seja, muitas situações de risco, onde é necessária urbanização, então é um enfrentamento mais amplo do déficit. A regularização fundiária está no espectro da inadequação habitacional”, disse o gestor.

Apesar do avanço com a unidade móvel, que vai percorrer as regiões onde não há uma gerência regional da CDHU, Iapequino não descarta que, no futuro, o ABC tenha uma agência fixa. “Isso passa pela reestruturação administrativa da própria secretaria e ainda é um pouco embrionária essa discussão, mas existe sempre uma possibilidade porque só o ABC representa muito mais do que várias regiões do interior. O Consórcio do ABC pode discutir algo deste tipo”, sugere o presidente da companhia estatal.

Com apego à região da Vila Ferreira, Marcelo Lima, lembrou de época em que trabalhava fazendo entregas e a Kombi atolava no barro entre as casas de madeira, falou da evolução do bairro e da parceria com o Estado. “Hoje eu vejo a Vila Ferreira quase 100% urbanizada e esse trabalho vai beneficiar milhares de famílias e não fui eu que fiz, foi o governador Tarcísio. Esse programa vai para o Estado inteiro e ele escolheu São Bernardo, então é motivo de muita honra receber o governardor, estamos trabalhando juntos, aqui tem mais de R$ 600 milhões do governo do Estado só em habitação, assim que temos recursos para custeio da Saúde. Na segurança pública o secretário (Guilherme) Derrite está apoiando com a Polícia Civil e Militar, a nossa GCM e vamos fazer um grande trabalho em conjunto para que São Bernardo vire modelo”, discursou.

Carreta da CDHU vai ficar em São Bernardo até sexta-feira (09). (Foto: Marcelo S. Camargo / Governo do Estado de SP)

Metrô

Tarcísio disse no seu discurso que quer as obras da futura linha 20-Rosa, do Metrô, comecem pelo ABC. Ele disse que está negociando com o prefeito Gilvan Júnior, de Santo André, uma área para o pátio, por onde teriam início as intervenções. “Tenho um desfio com o Gilvan porque eu quero que a linha 20 comece pelo ABC. e para começar pelo ABC a gente tem que ter um pátio. Estamos começando a resolver isso com Santo André, mas a linha vai começar pelo ABC. O Metrô vai chegar e vai começar por aqui”, garantiu.

Déficit

O prefeito Marcelo Lima também evitou cravar números do déficit habitacional. O último estudo sobre esse tema no ABC, é de 2016 e foi feito pelo Consórcio Intermunicipal que, na época, apontava que a cidade precisava de 90 mil unidades para resolver o problema da falta de moradia popular. “Estamos trabalhando muito, tanto em parceria com o governo do Estado e com o governo federal. São Bernardo tem em torno de 7 mil unidades sendo produzidas e, além de tudo isso, um trabalho muito forte na regularização fundiária, até esse momento, em 120 dias de governo, nós já produzimos mais de 2,5 mil escrituras pelo município e hoje fazendo a entrega de 736 títulos de propriedade. Somos exemplo para o Brasil de cidade que fez a primeira compra assistida do Brasil – programa que garante acesso à moradia popular pela prefeitura, com recursos do FGTS. Falar do déficit, depende do tipo do déficit, na retirada de área de risco, por exemplo, temos 9 mil pessoas em aluguel social, aguardando moradia tanto pela CDHU, como pelo Minha Casa Minha Vida, do governo federal, como pela compra assistida que é um programa do município.

 

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