
Entre 18 de maio e 1º de junho, a banda Oculto realiza o projeto “Cultos Cotidianos” em Ribeirão Pires, com três apresentações musicais gratuitas, sempre acompanhadas de palestras sobre saúde mental e arte. As ações acontecem em bairros descentralizados da cidade e contam com intérprete de Libras em todos os eventos, reforçando o compromisso com a acessibilidade e o cuidado coletivo através da cultura.
A banda é formada por Vino Bertoldo (baterista e compositor), Marcus Cardoso (baixista e compositor) e Camila Nazareth (vocalista, guitarrista e compositora) — todos nascidos e criados em Ribeirão Pires.
Em entrevista ao RD, Camila destaca que este é o primeiro projeto da banda realizado na cidade. “Os locais escolhidos são espaços que já recebem shows (exceto a ACESP), mas que ficam distantes das escolas, do centro comercial e de regiões onde normalmente se concentram os eventos culturais. A ideia não é apenas tocar para quem está por ali, mas atrair também o público que costuma frequentar o centro, mostrando que esses espaços existem e merecem ser ocupados”, explica.
“O CEU Quarta Divisão, por exemplo, tem uma importância enorme. Já me apresentei lá em um projeto solo. É um centro cultural valioso para Ribeirão, com teatro para idosos, atividades físicas e uma quadra esportiva. Queremos incentivar as pessoas a utilizarem esses espaços”, afirma.
Com o projeto, a Oculto busca abrir uma janela de possibilidades, comunicação e expressão. “Essa proposta se conecta à psicologia de maneira profunda. Queremos criar um espaço onde as pessoas possam refletir sobre o que vivem, sentem e pensam, e também falar sobre suas questões pessoais e sociais. As músicas falam de vivências da banda, mas que se entrelaçam com experiências humanas do cotidiano. Sugerir esse bate-papo é, acima de tudo, estar aberto a ouvir”, completa Camila.
As palestras sobre saúde mental ficarão por conta da psicóloga Fernanda Sanches, também criada em Ribeirão Pires. Ela participou do projeto APSE (Apoio Psicossocial Escolar), que levava a psicologia para dentro das escolas municipais. Ali, Fernanda percebeu de perto a carência da comunidade por ações voltadas à saúde mental.
“Espero que esse projeto inspire mais profissionais da saúde e a própria cidade a se engajar na promoção da saúde mental acessível”, afirma. Segundo ela, a palestra reforça a ideia de que a psicoterapia também é um ato de autocuidado. “Queremos mudar o olhar das pessoas sobre a saúde mental. Mostrar que cuidar da mente é tão essencial quanto se alimentar bem ou praticar atividades físicas”, diz.
Fernanda reitera o caráter transformador da iniciativa: “As palestras são espaços de escuta e acolhimento. Um momento para falar sobre emoções de forma íntima e coletiva. É uma oportunidade de levar informação a quem não sabe onde buscar ajuda ou tem receio de procurar apoio psicológico. Refletir sobre o cuidado de si é o primeiro passo para ajudar o outro de forma mais saudável”.
Veja a programação:
18/05- às 13h no CEU Quarta Divisão
24/05- às 13h na ACESP: Casa Acolhida
01/06- às 13h na ARCA