
Aluno da Emef Rosalvito Cobra, no bairro Santa Maria, e com origem no PEC (Programa Esportivo Comunitário), João Otávio Benício Vale, 14 anos, é a mais nova promessa da natação paralímpica brasileira. Medalhista em competições internacionais, João Otávio já treina na seleção brasileira de base e está a algumas braçadas de alcançar seu maior sonho: participar dos Jogos Paralímpicos.
Autista com nível de suporte 1, João Otávio pratica natação desde criança, já que a mãe, Juliana Benício Vale, empresária e moradora do Bairro Fundação, tinha receio que seus filhos não soubessem nadar para aproveitar a piscina na casa dos avós, no Interior. O que era uma necessidade se transformou em estilo de vida de João Otávio graças ao irmão, Marco Antônio.
Marco ingressou no PEC e, diante dos bons resultados, foi para a equipe competitiva da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. “A natação entrou na minha vida por causa do meu irmão. Ele era muito bom e eu entrei por causa dele. Entrei e nunca mais saí”, conta João Otávio, que tem em Marco Antônio seu grande ídolo. “Prefiro ele do que o (Michael) Phelps (nadador norte-americano multimedalhista olímpico”, afirma, orgulhoso – hoje o irmão é atleta do Corinthians.
João Otávio seguiu as braçadas do irmão. Do PEC ao time competitivo e, diante dos bons índices, passou a treinar algumas vezes na semana no centro de treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. Ali, ele colecionou resultados cada vez melhores. Foi bronze em torneios sul-americanos no Chile e na Colômbia.
Até alcançar seu maior feito até agora: a medalha de prata no Gymnasiade do ISF, considerado o torneio mundial, e que foi realizado em abril, na Sérvia. “Meu sonho é ser campeão paralímpico. Quero estar nos Jogos de Los Angeles (em 2028) e em Brisbane, na Austrália (2032)”, garante o jovem atleta, que treina seis dias na semana, religiosamente.
“Hoje ele está na base da seleção nacional para seguir desenvolvendo. Ele diz que seu sonho é ser campeão paralímpico e terá todo meu suporte para isso. Eu nunca coloquei meus filhos no esporte para serem campeões, mas sim para ajudá-los a sair do videogame, do celular, e ter atividade que envolvesse atividade física. Mas se esse (ser campeão) for o desejo dele, nós, como pais, vamos incentivar sempre”, comenta Juliana.
A mãe de João Otávio elogia a estrutura da Prefeitura de São Caetano e também a Emef Rosalvito Cobra por todo suporte e acolhimento a seu filho. “O João Otávio estudava em escola particular e veio para a rede de São Caetano e, eu falo para você, está muito melhor atendido agora. São Caetano tem muito forte essa questão da inclusão com as crianças e, na escola, há uma parceria muito grande, a diretora Juliana é uma parceira incrível, desde o primeiro ano dele.”