
Um caso de violência doméstica mobilizou a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros na manhã desta segunda-feira (05/05), na rua das Araucárias, no Bairro dos Casas, em São Bernardo. Um homem se trancou em um dos cômodos da casa após uma briga familiar.
Segundo informações obtidas pelo RD, tudo começou após a mulher, com quem o suspeito é casado há 15 anos e tem duas filhas, pedir a separação. A negativa do companheiro em aceitar o fim do relacionamento teria sido o estopim para a crise. De acordo com o comunicado oficial da Polícia Militar, o homem ficou agressivo e passou a ameaçar a esposa e as filhas de morte. Em seguida, trancou-se dentro de um dos cômodos do imóvel.
Testemunhas relataram que as movimentações das autoridades começaram ainda nas primeiras horas do dia. Por volta do meio-dia, as crianças foram liberadas, mas o homem seguiu trancado com a mulher, onde chegou a enrolar fios elétricos em seu pescoço e ameaçar cometer suicídio.
Ao longo da negociação, a equipe da PM conseguiu se aproximar do homem e imobilizá-lo sem maiores danos. A esposa, vítima das ameaças, foi acolhida e levada ao Hospital de Urgência sem lesões aparentes. O caso foi registrado na Delegacia da Mulher de São Bernardo como ameaça e violência doméstica, e uma medida protetiva de urgência foi solicitada para a vítima.
As autoridades reforçam a importância da denúncia em casos de violência doméstica. O atendimento à vítima contou com apoio psicológico e social, e ela deve seguir assistida pelas redes de proteção à mulher do município.
A violência contra a mulher é uma grave violação dos direitos humanos e pode se manifestar de diversas formas, como violência física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 1.400 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2022, o que equivale a uma morte a cada seis horas. Além disso, foram registrados cerca de 245 mil casos de lesão corporal resultante de violência doméstica. Na maioria das vezes, o agressor é o companheiro ou ex-companheiro da vítima, o que reforça a urgência de políticas públicas eficazes para o enfrentamento desse problema.
O país conta com importantes instrumentos legais para combater essa violência, como a Lei Maria da Penha, que desde 2006 garante medidas protetivas para vítimas, e a Lei do Feminicídio, que em 2015 passou a considerar como homicídio qualificado o assassinato de mulheres por razões de gênero. Há ainda a Lei da Importunação Sexual, sancionada em 2018, que penaliza atos como assédio e toques forçados. Para denunciar, a mulher pode ligar para o número 180, que funciona 24 horas por dia de forma gratuita e sigilosa, ou para o 190, em caso de emergência.