
Criados há cerca de 7.000 anos a.C., os jogos de tabuleiros atravessaram a história e por muito tempo divertiram grupos de pessoas de forma fácil e lúdica. Hoje guardam até um certo saudosismo e foram esquecidos por boa parte das famílias modernas, mas podem ser grandes aliados no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento socioemocional de crianças e adolescentes.
Enquanto os dispositivos eletrônicos ocupam cada vez mais espaço na rotina infantil, os jogos analógicos resgatam o prazer da convivência presencial, promovem o diálogo, a escuta e a construção coletiva do conhecimento. Ao mesmo tempo, despertam o raciocínio lógico, o pensamento estratégico e a criatividade. Ao reunir regras, interação, estratégia e competição saudável, essas atividades lúdicas promovem habilidades que os jovens levarão para a vida toda.
Segundo especialistas em educação, os jogos de tabuleiro atuam simultaneamente em três dimensões: a cognitiva, ao estimular o raciocínio lógico e a concentração; a afetiva, ao ensinar a lidar com emoções, como a empatia; e a social, ao incentivar a convivência, o respeito às regras e o trabalho em equipe. Ao jogar, a criança explora possibilidades e aprende a lidar com a frustração — elementos essenciais para a construção da autonomia e da inteligência emocional.
Veja 6 competências que os jogos de tabuleiro ajudam a desenvolver:
- Raciocínio lógico e resolução de problemas: jogos com estratégias complexas estimulam o pensamento crítico e o planejamento de ações;
- Comunicação e expressão: ao jogar, os participantes precisam explicar regras, negociar jogadas e defender ideias;
- Trabalho em equipe e colaboração: muitas modalidades exigem cooperação e tomada de decisões em grupo;
- Liderança e responsabilidade: jogadores assumem papéis, lideram times e aprendem a tomar decisões conscientes;
- Autocontrole e inteligência emocional: ganhar ou perder faz parte da dinâmica, o que ajuda no controle da frustração e na empatia;
- Autonomia e tomada de decisões: os jogos estimulam a independência e a capacidade de escolher entre várias possibilidades.
“Os jogos criam um ambiente propício para o aprendizado espontâneo. Quando uma criança joga, ela está, na verdade, praticando competências fundamentais de socialização de uma forma prazerosa e significativa”, explica a psicóloga, pedagoga e gestora da Escola Internacional de Alphaville, de Barueri, Ana Cláudia Favano.
Além disso, o ato de jogar reforça valores importantes como tolerância, paciência, respeito à vez do outro e ética na competição. “Quando introduzidos no ambiente escolar ou familiar com regularidade, os jogos de tabuleiro funcionam como um laboratório social. As crianças aprendem a esperar, argumentar e ouvir, o que reflete diretamente em suas relações interpessoais.”
A seguir, 13 jogos, que divertem crianças e adolescentes
1. Banco Imobiliário: nesse clássico jogo de tabuleiro, os jogadores precisam investir muito bem o seu dinheiro em novas propriedades e contar com a sorte para não cair nos terrenos dos adversários e, assim, pagar o aluguel. Os participantes devem lançar os dados e avançar a quantidade de casas determinada pelo número com o peão. Então, devem cumprir o que é pedido. O objetivo é ser o mais rico ao final da partida.
2. Cara a Cara: é loira, é mulher, tem olhos verdes? Faça quantas perguntas precisar para descobrir qual é a “cara” do adversário. No famoso jogo de perguntas e respostas, os jogadores precisam descobrir qual é o personagem do outro jogador. O jogo estimula a memória e o raciocínio lógico, proporcionando momentos divertidos que auxiliam o desenvolvimento cognitivo infantil.
3. Dama: o jogo de damas é um dos jogos de tabuleiro de estratégia mais famosos no mundo. A partida se desenvolve para dois jogadores. Cada um move suas peças na diagonal sobre casas escuras, tentando capturar as peças do adversário até deixá-lo sem jogadas possíveis.
4. Detetive: em uma cidade, o assassinato de um milionário abala a tranquilidade dos moradores. Todos os jogadores são suspeitos pelo crime, e para desvendar o mistério, os jogadores terão que dar palpites sobre o local, arma e o responsável por este crime. A cada rodada os participantes conseguirão eliminar pelo menos uma possibilidade, até que finalmente irão restar pouquíssimas cartas e será possível fazer a acusação. Aquele que conseguir acertar, vence o jogo.
5. Dixit: cada carta do jogo é uma obra de arte surrealista que inspira o jogador a mergulhar no mundo da fantasia. Nele, os jogadores são contadores de histórias. O narrador da vez deve olhar as cartas em sua mão e, sem as revelar aos outros jogadores, escolher uma e falar uma palavra, frase ou ideia sobre a carta. Os outros jogadores devem então selecionar uma carta (também secretamente), de suas mãos, que mais combina com a frase dita pelo narrador.
6. Imagem & Ação: jogo que desafia a criatividade, a memória e as habilidades artísticas dos jogadores. Cada jogador será o desenhista e, na sua vez, tentará passar à sua equipe uma palavra ou expressão. É proibido falar, escrever letras e números, fazer gestos ou mímicas. Os únicos instrumentos que o jogador terá à disposição são um lápis e um papel, para desenhar, esboçar e rabiscar o que quiser. Os colegas de equipe têm o tempo da ampulheta para adivinhar!
7. King of Tokyo: os competidores jogam com monstros mutantes, robôs gigantescos e estranhos alienígenas. Durante a partida, é possível ganhar pontos de vitória, acumular energia, restaurar a saúde ou bater nos outros jogadores para que todos entendam que Tóquio é seu território. O objetivo é se tornar o único Rei de Tokyo.
8. Perfil: jogo que testa os conhecimentos e capacidade de dedução do participante. Com até 20 dicas, o objetivo é descobrir quem é a pessoa, coisa ou lugar do perfil que deve ser desvendado em cada cartela. Ganha quem acertar primeiro o palpite!
9. Rummikub: é um jogo de sequência numérica que requer a combinação única de pensamento tático, sorte e competição tensa. O desafio de Rummikub está em se livrar de todas as pedras em suas mãos antes dos seus oponentes.
10. Twister: jogo de habilidade física, jogado em um tapete de plástico de grandes dimensões que se espalha sobre o solo. O jogador precisa mostrar que sua estratégia é melhor que a dos outros oponentes, colocando as mãos e os pés nos círculos coloridos, de acordo com as indicações da roleta.
11. Uno: clássico jogo de cartas de combinar cores e números. Os jogadores revezam na competição para se livrar de todas as cartas, combinando uma carta da mão com a carta atual mostrada no topo do baralho.
12. War: jogo de estratégia em que cada jogador precisa usar toda sua habilidade militar para conquistar territórios e continentes e derrotar seus adversários. Mas é preciso conhecer bem o poder das tropas, pois, assim como nas grandes guerras, ataques mal planejados podem fazer grandes potências cair, enquanto exércitos menores podem virar poderosos impérios se usarem a estratégia certa.
13. Xadrez: o xadrez é um excelente jogo de lógica de tabuleiro que desenvolve habilidades como tática, estratégia e memória visual. Dois jogadores precisam mover suas peças sobre um tabuleiro de 64 casas com o objetivo de dar xeque-mate no rei adversário.