Os professores do SESI no estado de São Paulo iniciaram nesta segunda-feira (31/03), uma greve geral após a falta de acordo sobre as pautas da campanha salarial da categoria. Segundo integrantes do Sindicato dos Professores de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul (Sinpro ABC), houve muita surpresa pelas negativas em relação as pautas econômicas e a falta de justificativa que fizeram com que as negociações não avançassem. A estimativa é que no primeiro dia de paralisação, cerca de 60% dos educadores no ABC tenham aderido.
Segundo a presidente do Sinpro ABC, Edilene Ajorni, as negociações começaram a mais de dois meses, somando 11 rodadas, que não resultaram em acordo entre o Sistema S e o grupo liderado pela Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fapesp) e 25 entidades sindicais que representam a categoria.
“Nesse ano fomos surpreendidos com uma negociação extremamente arredia, vamos dizer assim. Então o SESI não atendeu as nossas reivindicações, atendeu a coisas muito pequenas e irrisórias. Não conseguimos avançar. Fizemos 10 rodadas de negociações, e depois mais uma, para dizer que não estava de acordo e que os professores não estavam felizes, e isso não adiantou, não sensibilizou o SESI.”, disse a professora em entrevista ao RDtv.
“Eu diria que faltou vontade e respeito. Para se ter uma ideia, entregamos a nossa pauta em dezembro do ano passado. E quando eu digo que faltou vontade e respeito, logo na primeira reunião já vem a negativa econômica.”, disse Aloisio Alves da Silva, diretor de Assuntos Educacionais, Relações Intersindicais e Políticas Sociais do Sinpro ABC.

A primeira estranheza foi pela negativa de negociar os 18% de abono pedidos pela categoria. Outro ponto que chamou a atenção foi o fato de que pessoas do Recursos Humanos, sem qualquer poder de decisão, foram os responsáveis pela negociação por parte do SESI.
Além do abono de 18%, a categoria reivindica um aumento real dos salários, adicional de hora atividade de 20%, aumento real do Vale Alimentação e do Vale Refeição, plano de carreira, isonomia salarial, definição das funções dos docentes da EJA e dos PFEI’s, e condições de trabalho adequadas às professoras e professores.
Segundo Edilene e Aloísio, o SESI teria divulgado que não houve qualquer prejuízo das atividades durante o primeiro dia de greve. Mas houve a denúncia de que outros funcionários e até mães foram colocadas no lugar dos professores neste dia.