
Uma semana após fazer um discurso em que associava o sacerdócio católico à pedofilia, o vereador de São Bernardo, Luiz Henrique Watanabe (PRTB), pediu perdão pela fala. A retratação foi realizada no início da sessão dessa quarta-feira (26/03), logo após um pedido feito pelo ex-vereador Antônio Carlos da Silva, o Toninho da Lanchonete (PT).
O petista usou a Tribuna Livre para falar das falas de Watanabe. “O vereador Watanabe não tem obrigação de fazer a retratação, mas se fizesse seria muito bom para toda a comunidade católica do ABC”, disse o ex-parlamentar que resolveu usar um tom ameno para tratar do tema.
Na abertura das falas dos vereadores, Watanabe foi o primeiro a falar. “Quando ofendo a minha igreja, eu ofendo a mim mesmo. Então na parte da fala de cinco minutos, que no meu entendimento foi mal interpretada e causou tristeza em algumas pessoas, depois que notei isso eu também fiquei magoado. Então, eu que acredito na igreja do perdão, eu que todos os dias defendo aqui (na Câmara) e fora daqui os valores de Cristo, e quero aprender cada vez mais, eu peço perdão”, disse.
Alguns munícipes presentes fizeram críticas a Watanabe, principalmente pela mistura da política com a religião. “A igreja não é de esquerda ou de direita, ela é de Deus”, disse uma senhora que estava na galeria.
Na sequência, vereadores como Jorge Araújo (União Brasil), Aurélio Bacelar (Podemos) e Ana do Carmo (PT) elogiaram Watanabe pela retratação e reforçaram que a Igreja Católica é a “igreja do perdão”.
Na semana passada, tanto a Câmara de São Bernardo quanto a Diocese de Santos André emitiram notas de repúdio contra as falas de Watanabe. O vereador divulgou nota oficial e vídeo em que se retrata e afirma que faria o mesmo na sessão ordinária.
Moção de apoio
No final da sessão ordinária foi aprovada, por acordo de lideranças, uma moção de apoio à Diocese de Santo André. Watanabe é o autor do documento que ressalta os serviços prestados pela Igreja Católica da região e que reforça o pedido de perdão pelas palavras ditas na sessão de 19 de março.
“Lamento profundamente se causei qualquer mágoa à Igreja e seus fiéis, pois não era minha intenção desrespeitar uma Instituição de tamanha importância para nossa comunidade.”, escreve o vereador no final do texto.