
Uma das promessas de campanha do prefeito Taka Yamauchi (MDB) é acabar com os pancadões em Diadema. Passado o primeiro mês de governo ainda não foram implementadas ações e moradores do bairro Serraria sofrem com o Baile do Pombal, um dos mais antigos pancadões da cidade e que reúne mais pessoas por noite. Os moradores ouvidos pelo RD relatam que o baile funk começa na noite de sexta-feira segue no sábado e domingo e só termina na manhã de segunda-feira, prejudicando o sono de quem precisa acordar cedo para o trabalho. Entre ações em planejamento, a prefeitura disse, em nota, que uma delas é a compra de um novo caminhão Tempestade, ressuscitando a ideia do ex-prefeito Lauro Michels (PV), que recuperou um antigo caminhão dos bombeiros com canhão de água que foi usado na dispersão de alguns pancadões na cidade. Esse veículo foi desativado na gestão José de Filippi Júnior (PT).
“A gente não consegue dormir o final de semana todo porque começam na sexta-feira o barulho com os paredões de som. A gente fica com a janela fechada o tempo todo mas ela chega a tremer com o barulho. E como que o trabalhador faz para ir trabalhar na segunda-feira sem dormir?”, disse um morador ao RD na noite desta quinta-feira (30/01). “Amanhã é sexta-feira e já vai começar o nosso inferno”, lamenta o morador que vive outras cinco pessoas em um dos apartamentos do conjunto habitacional.
“A gente mora aqui há mais de 20 anos e o pancadão era lá embaixo, na rua Piratininga, depois que fizeram essas quadras, veio para cá e não saiu mais”, diz outro morador. Com medo de retaliação, os moradores pediram para não serem identificados na reportagem. Um deles conta que os financiadores do pancadão são os bares clandestinos. “A prefeitura tem que fechar esses bares, são eles que pagam toda a estrutura do pancadão, só que não fazem nada. A gente liga para o Diadema Legal todo fim de semana e não vem ninguém da guarda aqui. A Polícia Militar também não vem, já liguei até na Corregedoria da PM. A gente está abandonado aqui, não sabemos mais a quem recorrer”, revolta-se o morador.
Os moradores contaram que o Baile do Pombal é abertamente divulgado na comunidade e em redes sociais. “Eles sabem quando vai acontecer, não agem porque não querem e também basta vir aqui antes de montar, porque todo fim de semana tem com certeza. Para esse fim de semana estão previstos três DJs para o baile e o pior é que estão construindo mais bares e adegas, enquanto isso a prefeitura não faz nada e os donos de bares sabem disso”.
Em nota, a administração diz que está aparelhando a GCM para coibir os pancadões, a compra de um novo caminhão Tempestade é uma das ações. “Com apenas um mês sob nova gestão, a prefeitura está comprometida com o combate aos pancadões. Para isso, já está adotando algumas medidas: formação de novos GCMs no curso de ROMU, compra de equipamentos, orçamentos para aquisição do caminhão Tempestade e novas viaturas. Além disso, a GCM vai realizar operações juntamente com fiscais municipais visando as adegas, que são as principais precursoras dos pancadões. Por fim, a prefeitura está empenhada para que tudo isso aconteça o mais rápido possível”, diz o comunicado.
Propaganda dos bailes é feita em redes sociais que informam data, local, as atrações e os patrocinadores da festa de rua clandestina.