
O ABC registrou 112 casos confirmados de dengue em 2025, de acordo com dados das secretarias municipais de Saúde. A situação reflete uma tendência preocupante no estado de São Paulo, que contabilizou mais de 18 mil casos nas primeiras semanas do ano.
Para intensificar o combate às arboviroses, o Governo do Estado anunciou repasse de R$ 228 milhões aos municípios paulistas. Desse total, metade será destinada à cota fixa do incentivo à gestão municipal, enquanto a outra parte será direcionada especificamente ao enfrentamento da dengue.
No ABC, os sete municípios da região receberam R$ 7.149.301,67, conforme o Painel IGM (Incentivo à Gestão Municipal).
Casos confirmados
Em Ribeirão Pires, até o momento, foram confirmados nove casos de dengue em 2025, sendo sete autóctones (contraídos no município) e dois importados, com predominância entre adultos jovens, tanto homens quanto mulheres. A Secretaria de Saúde mantém um Plano de Contingência atualizado, que pode ser ativado conforme a necessidade. Além disso, a cidade realiza coletas para exames de sorologia nas unidades de Atenção Primária (UBS e USFs), com encaminhamento ao Instituto Adolfo Lutz.
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza vistorias periódicas, visitas domiciliares e ações educativas. Recentemente, foi concluída a atividade de densidade larvária, que mapeou os índices de infestação do Aedes aegypti em várias regiões. A cidade conta com cerca de 900 armadilhas instaladas em pontos estratégicos, como escolas e unidades de saúde, e, no final de 2024, os profissionais da saúde receberam novos uniformes. Embora as ações preventivas estejam em andamento, a rede municipal de saúde afirma estar preparada para atender à demanda atual de casos.
Diadema
Diadema registrou 77 casos prováveis de dengue até 23 de janeiro de 2025 e, para intensificar o combate à doença, lançou no dia 25 de janeiro a campanha “Diadema contra a Dengue”. A ação inclui um mutirão na região sul da cidade, com concentração na UBS Inamar e a participação de cerca de 60 trabalhadores, entre agentes comunitários e de controle de endemias.
Além da busca ativa para eliminação de focos do mosquito, a cidade adotou a tecnologia de drones para localizar criadouros em locais de difícil acesso. A Vigilância à Saúde aponta que a faixa etária predominante entre os casos está entre 20 e 59 anos, com maior incidência entre pessoas de raças parda e branca.
Diadema também elaborou um Plano de Contingência que prevê a criação de salas específicas nos equipamentos de saúde, caso haja aumento de demanda. Além disso, foi formado um Comitê de Crise para coordenar as respostas. Os testes rápidos estão disponíveis com prescrição médica, mas a prioridade permanece na avaliação clínica para diagnóstico e tratamento.
Rio Grande da Serra
Até o momento, Rio Grande da Serra não registrou casos de dengue em 2025, mas a cidade tem intensificado ações preventivas e está finalizando seu Plano de Contingência, que deve ser concluído até o final de fevereiro. A Vigilância à Saúde informou que, em casos graves, o município conta com suporte dos municípios vizinhos e não há sobrecarga nos atendimentos locais.
O levantamento atualizado junto às prefeituras não foi respondido por todos os municípios até o fechamento da reportagem. Contudo, de acordo com a apuração do RD, no último dia 11 de janeiro, Santo André confirmou 13 casos, sendo sete autóctones e seis importados. São Bernardo registrou nove casos, dos quais quatro foram autóctones. São Caetano contabilizou três casos confirmados, enquanto Mauá teve apenas um.
Prevenção
O combate ao mosquito Aedes aegypti depende de medidas preventivas no dia a dia. A população pode colaborar com ações como:
- Limpar calhas e lajes;
- Manter tampados reservatórios, caixas-d’água e cisternas;
- Abrigar objetos que possam acumular água, como pneus;
- Retirar pratinhos de plantas ou preenchê-los com areia;
- Guardar garrafas vazias de boca para baixo;
- Higienizar bebedouros de animais regularmente.