Silvestre quer planejar São Bernardo para os próximos 50 anos

Silvestre afirma que valorizará o professor e que criará estatuto para garantir condições de trabalho à classe.

Ademir Silvestre, candidato ao Paço de São Bernardo pelo PSC, garante que, se eleito, fará planejamento para o município pelos próximos 50 anos. Ainda de acordo com o prefeiturável, que participou nesta segunda-feira (6) do RDtv, outra área que terá atenção especial de sua possível futura gestão será a educação.

O candidato do PSC alega que a atual administração não tem como objetivo planejar o crescimento do município para os próximos anos. “Atualmente não há ninguém pensando no dia de amanhã. Os projetos que existem são integrantes do São Bernardo Moderna, que é do governo do ex-prefeito William Dib. Das 28 obras de mobilidade previstas no São Bernardo Moderna, apenas duas foram feitas. Pretendo tirar do papel as outras 26”, disse.

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Quanto à educação, Silvestre afirma que valorizará o professor e que criará estatuto para garantir condições de trabalho à classe. “A educação é a base de tudo. Uma sociedade não vai para frente sem educação”, diz o candidato, que afirma ainda que municipalizará todo o ensino fundamental e que acabará com a fila de espera nas creches.

Confira as principais partes da entrevista:

RD: Gostaria que o senhor se apresentasse ao internauta contando um pouco sua experiência administrativa e partidária.

Ademir Silvestre: Sou um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, tive problema com eles nas eleição de 1980, me impuseram uma sanção que não aceitei e sai do partido naquele momento. Tive uma pequena passagem pelo PMDB, posteriormente fui ao PSB, onde fiquei até recentemente, mas por conta de novas alianças em São Bernardo deixei o PSB e fui para o PSC, partido pelo qual disputo as eleições. Fui vereador entre 1989 a 1992, posteriormente tive passagem pelo gabinete do governador Fleury, participei da coordenação da campanha do Maurício Soares, ganhamos a eleição, passei pelas secretarias de Planejamento, Administração, Governo, Coordenadoria de Ações Comunitárias, Gabinete e de Habitação e Meio Ambiente, nos governos de Maurício Soares e William Dib.

RD: Se eleito, quais serão suas principais ações?

Silvestre: Uma das prioridades será a educação. Quero uma nova educação em São Bernardo. Uma nação melhor educada terá melhor saúde, sabe reivindicar melhor. Também atuaremos na questão do planejamento da nossa cidade. A administração não tem ninguém pensando no dia de amanhã. Os grandes projetos para resolver os problemas de São Bernardo e da região demandam tempo de elaboração e de busca de financiamento. É preciso termos esta capacidade de replanejar a cidade. Quero fazer planejamento para a cidade para os próximos 50 anos, o que envolve todas as áreas, seja educação, habitação, regularização fundiária, transporte público. Quero recriar a Unidade de Coordenação de Projeto, que produziu o projeto São Bernardo Moderna, quero retomar as outras 26 obras que ainda faltam ser feitas, todas financiadas pelo BID. Estes projetos vão garantir a mobilidade da cidade. Outra questão importante é a saúde. O atual governo fechou os prontos-socorros, o pronto atendimento de urgência ficou praticamente zerado, deixando praticamente tudo para o PS central, o que é insuficiente e que precisamos fazer uma retomada.

RD: Muitos dizem que São Bernardo é um canteiro de obras. Tudo isso é feito sem planejamento?

Silvestre: Não tem obra nenhuma sendo feita nestes canteiros. São ruas novas, recapeamento de rua não tem projeto. O que tem projeto integra o São Bernardo Moderna. A Nova Lions é um nome fictício, mas é uma das 28 obras do complexo de obras da São Bernardo Moderna. Este projeto levou cinco anos da concepção do financiamento.

RD: Destas 26 obras que ainda precisam sair do papel, elenque algumas importantes para a cidade.

Silvestre: A Pery Ronchetti, até a chegada ao Paço Municipal, está concluída. O complexo Lions, que é a transposição da Lauro Gomes e o rebaixamento da calha da Lions para não ter interferência com as avenidas que cruzam, também foi executado. Duas que faltam ser executadas: túnel da avenida São Paulo, que vai sair do lado da avenida que fica ao lado do ginásio Poliesportivo e atravessa via túnel, sob a Anchieta, até o Jordanópolis. A outra é a alça da Paulicéia, na saída da Anchieta no sentido Santos/São Paulo, entrando na Paulicéia. É um dos movimentos que faltam naquele trevo e que causa prejuízo para população e para os moradores. Fazendo isso, vou desonerar as empresas, fazer os seguros ficarem mais baratos e fazer o desenvolvimento mais avançado naquela região.

RD: O planejamento da São Bernardo Moderna será retomado?

Silvestre: Este planejamento que foi feito é importante e precisa ser implementado, o financiamento dele já existe. O problema é que o São Bernardo Moderna, que é o que vai garantir a mobilidade na cidade, não está sendo feito, só as duas obras que o Dib começou. Isso é para a mobilidade, mas temos que planejar a educação, a cidade como um todo. Isso parou. Tenho dito que quando todos os prédios que a atual administração deu alvará estiverem habitados, teremos congestionamentos dentro dos estacionamentos. O São Bernardo Moderna tem solução para o trânsito só por um tempo, assim como o Rodoanel, que quando for finalizado já vai precisar de outro. O atual governo não tem ninguém pensando para os anos seguintes, para o futuro.

RD: Como será sua atuação frente ao Consórcio Intermunicipal?

Silvestre: Transporte coletivo e alagamentos, por exemplo, são coisas que se não resolvermos de forma regional, o resultado de qualquer cidade não será o ideal. Vou buscar soluções regionais para o trânsito, para as questões da saúde. Precisamos usar estes instrumentos para resolver as questões regionais. Precisamos investir para que tenhamos soluções integradas. Espero que possamos fazer estes planejamentos via Consórcio. Se não conseguir, vou buscar solução doméstica, mas não darão todos os resultados desejados.

RD: Dois dos principais candidatos em São Bernardo, o Luiz Marinho (PT) e o Alex Manente (PPS), têm apoio ou do governo federal ou do governo do Estado. Como é ser candidato sem ter estes apoios?

Silvestre: Quero ter a parceria como povo. A minha missão é provar que eu sou melhor que os dois juntos, que conheço a cidade e que já fiz pela cidade mais que os dois juntos. Se eu não conseguir que a população compreenda isso, um eles vai ganhar as eleições. Mas estou fazendo campanha nas ruas e tenho sido muito bem resolvido, nosso desempenho tem melhorado a cada dia. Muitas pessoas ainda não sabem que há um terceiro candidato. Na medida em que vamos nos apresentando, vamos ganhando apoio. Ainda há 60 dias de campanha. Acho que deveriam ficar preocupados, pois temos chances de melhorar muito o nosso desempenho.

RD: São Bernardo ainda tem muitos moradores em área de risco. Como o senhor vai atuar neste área?

Silvestre: A questão da moradia tem diversas facetas. Uma das primeiras coisas que precisamos fazer é justiça para o cidadão. Precisamos fazer a regularização fundiária. Já foi aprovada a Lei Específica da Billings para isso, criamos a diretoria de regularização fundiária junto da secretaria de Habitação, mas perdemos a eleição e nada foi continuado. Queremos fazer a regularização para todos aqueles que estivem enquadrados nisso. O governo atual tem entregue um monte de empreendimento, mas todos projetos feitos por nós. Ele acabou de inaugurar o Conjunto Três Marias. Nós é que desapropriamos o terreno, parte deste financiamento é do BID, do governo Dib.

RD: Quantas unidades serão criadas no seu governo?

Silvestre: Difícil dizer isso porque ainda precisamos produzir o projeto. O município não tem dinheiro para dar esta resposta para a área de habitação, mas tem dinheiro sobrando de parcerias, seja com a Caixa Econômica ou com projetos internacionais. Basta ter projeto. Sempre digo que quero fazer a Unidade de Coordenação de Projeto para fazer com que tudo que entrar na administração pública e que chegar até o gabinete do prefeito tenha relevância. Quando isso chegar no gabinete, precisa ser transformado em projeto. Não vamos ter dinheiro para fazer tudo, mas se eu tiver um bom projeto, ainda que seja algo básico, uma hora conseguimos algum parceiro.

RD: Como São Bernardo pode receber recursos e oportunidades vindos do pré-sal?

Silvestre: A cidade não está preparada, mas espero que possamos fazer isso. O São Bernardo Moderna já vai dar um grande alívio. Sem criar infraestrutura para que a cidade atrair empresários, nada será feito. O empresário precisa querer investir na cidade. Se é para ele ficar três horas para ir de um bairro ao outro, não vai adiantar. Precisamos tirar o papel projetos que estão engavetados.

RD: Seu plano de governo está pronto?

Silvestre: O plano básico foi protocolado no TSE, mas vamos começar a partir de agora, na nossa página do facebook, discutir tema por tema para colhermos opiniões e explicarmos nossos projetos. Minha página no fecebook está como Ademir Silvestre.  

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