
Enfrentar o luto num período de festas, como o Natal e o Ano Novo, pode se tornar mais desafiador, já que a temporada é de confraternizações. Para vivenciar essa fase de forma mais amena, é importante contar com apoio de familiares e amigos ou procurar ajuda profissional.
A psicóloga da rede municipal de Saúde de Diadema, Heloísa Santos, explica que o luto é um processo muito pessoal, vivido de maneira singular, porém com aspectos culturais que podem interferir. A relação com a pessoa falecida, o modo como foi o processo que antecedeu a morte, a religiosidade e a idade são alguns desses fatores.
Ao longo do tempo, a sociedade tem exigido superação rápida, quase imediata do luto. Entretanto, a pessoa deve fazer o que se sinta confortável, sem ceder às pressões que possam pesar ainda mais na saúde mental.
Segundo a especialista, cada um pode escolher entre se isolar ou sair, manter o costume ou fazer algo que não é rotineiro. O importante é possuir uma rede de apoio em que confie e possa acionar quando necessário. É recomendável que essa rede de apoio consiga escutar e acolher a dor sem julgamentos.
O tempo de um ano para vivenciar as datas comemorativas sem a pessoa falecida é um marcador, pois é o período mais difícil de ser vivenciado. O luto passa a ser patológico quando há prejuízos no autocuidado, como insônia ou emagrecimento acentuado; ruptura na rotina, com ausências no trabalho ou escola, deixar de cuidar da casa ou alimentação, por exemplo; além do uso de substâncias psicoativas ou aumento no padrão de uso delas.
Fortalecer a rede de apoio, conversar com pessoas que passaram por experiências parecidas e traçar planos para essa nova fase pode ajudar.