
As mulheres estão dispostas a investir 17% mais que os homens na compra de presentes para o Natal de 2024, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Inteligência de Mercado (CIM) da Strong Business School em parceria com a Associação Comercial e Industrial de Santo André (ACISA). O levantamento, conduzido entre 17 de novembro e 12 de dezembro, traz panorama detalhado sobre o comportamento de consumo no ABC, principal região analisada.
O Natal, data mais importante para o comércio brasileiro, mantém tradições como a troca de presentes e confraternizações familiares, mas os hábitos de compra refletem a cautela econômica. A pesquisa entrevistou consumidores das sete cidades do ABC, com questionários que revelam tendências significativas: enquanto as mulheres pretendem gastar mais, planejam pagar um preço médio 11% menor por presente, indicando maior busca por custo-benefício.
Em termos gerais, a disposição média de gasto por presente chegou a R$ 219,80, representando um aumento de 41% em relação ao ano passado. No entanto, o número médio de presenteados caiu para 2,85 pessoas por consumidor, sugerindo escolhas mais seletivas. O valor total planejado por consumidor ficou em R$ 628,20, uma redução de 20% em relação ao Natal de 2023.
Perfis e preferências
O levantamento apontou que 53% dos entrevistados possuem renda familiar entre dois e cinco salários mínimos, enquanto 17% têm renda de cinco a dez salários. Apenas 15% declararam rendimentos superiores a dez salários mínimos. Santo André liderou em participação, com 39,3% dos entrevistados, seguida por São Bernardo (23,3%) e Mauá (21,9%).
Entre os itens mais procurados estão roupas, calçados, brinquedos, perfumes e cosméticos, maquiagem, joias e bijuterias, que devem responder por 75% das compras. A pesquisa também revelou que quase 70% dos presentes serão destinados a familiares próximos, como mães, filhos(as) e cônjuges.
Black Friday e impacto no consumo
As promoções da Black Friday influenciaram diretamente as compras natalinas deste ano. Cerca de 62% dos consumidores anteciparam parte de seus gastos, representando 35% do volume total de presentes adquiridos.
Apesar de o valor médio por presente ter aumentado, o estudo constatou que 70% dos consumidores pretendem gastar até R$ 500 no total, enquanto apenas 30% planejam desembolsar valores maiores. Outro dado positivo é a diminuição do percentual de consumidores que não comprarão presentes: apenas 18%, contra 34% no Natal anterior.
Segundo o economista Sandro Maskio, coordenador do CIM, os resultados demonstram uma recuperação na confiança econômica. “O aumento no tíquete médio por presente, mesmo com menos presenteados, reflete um comportamento de consumo mais planejado e ajustado às condições econômicas. É um sinal de cautela, mas também de adaptação”, explica.
Oportunidade para o varejo
O presidente da ACISA, Evenson Robles Dotto, enfatiza que os dados são um sinal encorajador para o comércio. “Com apenas 18% declarando que não comprarão presentes, é hora de os comerciantes reforçarem suas estratégias para fidelizar os clientes e aumentar as vendas, tanto nas lojas físicas quanto nas plataformas digitais”, destaca.
A pesquisa reforça que compreender o perfil e o comportamento dos consumidores é essencial para aproveitar o potencial da principal data do varejo.