O custo da cesta básica em Santo André registrou seu valor mais alto de 2024, ao atingir R$ 1.108,71 em novembro, de acordo com levantamento da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) nos supermercados do ABC. Em comparação com outubro, quando o valor era de R$ 1.103,60, houve uma alta de 0,46%. Já em relação a novembro de 2023, o aumento foi de 7,96%, quando a cesta básica custava R$ 1.027,00.
Fábio Vezzá De Benedetto, engenheiro agrônomo da Craisa, explica em entrevista ao RDtv que o aumento nos preços é resultado da combinação de fatores econômicos e climáticos. O impacto do dólar, as incertezas políticas globais e as condições climáticas instáveis foram apontados como decisivos para a elevação dos custos. Entre os itens que mais contribuíram para o aumento, o especialista destacou as carnes de primeira e segunda, o leite e o café.
A carne bovina foi um dos itens que mais pesaram na cesta básica. O quilo da carne de primeira subiu 5,31% de outubro para novembro de 2024, de R$ 42,55 para R$ 44,81, e quando comparada a novembro de 2023 (R$ 39,73), a alta foi de 12,81%. A carne de segunda apresentou aumento ainda mais significativo: 55,37% em relação ao ano anterior, quando custava R$ 28,96 e passou para R$ 37,97 neste ano, representando aumento de 16,65% em relação a outubro, que registra R$ 32,55.
De acordo com Benedetto, o avanço do dólar e as mudanças climáticas estão entre as razões para essas altas. “Períodos de entressafra, como outubro e novembro, agravados pelas condições climáticas, aumentam o custo da alimentação do gado e, consequentemente, dos produtos no mercado. Além disso, a carne bovina é um item com forte influência do mercado internacional, e quando há alta na exportação, os preços internos também sobem.”
No setor de hortifrútis, a laranja-pêra registrou o maior aumento, subindo 42,23% entre outubro e novembro, de R$ 6,95 para R$ 9,89. Na comparação anual, o preço praticamente triplicou, com alta de 120,26% em relação a novembro de 2023 (R$ 4,49). Segundo Benedetto, a combinação de clima adverso, doenças nos pomares e o impacto do dólar explicam o aumento expressivo.
Para famílias que buscam opções mais econômicas, o frango e os ovos despontam como alternativas. O quilo do frango registrou queda de 0,69% entre outubro e novembro de 2024, de R$ 10,07 para R$ 10,00, enquanto a dúzia de ovos apresenta redução expressiva de 28,98%, de R$ 11,55 para R$ 8,20 no mesmo período.
Preocupações para 2025
O engenheiro alerta para os desafios que 2025 pode trazer, dentre eles, produtos como café, óleo de soja e leite mostram tendência de alta preocupante. O preço do café subiu 14,98% de outubro para novembro de 2024, de R$ 19,83 para R$ 22,80, enquanto o óleo de soja avançou 17,67% no mesmo período, de R$ 6,61 para R$ 7,78.
Por outro lado, o leite registrou uma queda mensal de 10,27%, de R$ 5,65 para R$ 5,07, mas ainda apresenta um aumento anual de 27,72% em comparação com novembro de 2023, quando custava R$ 3,97.
“Com a alta volatilidade econômica e os impactos climáticos, os consumidores precisam redobrar a atenção e buscar alternativas mais acessíveis para o dia a dia, especialmente em um período de fim de ano que tradicionalmente traz maiores gastos”, diz Benedetto.