
O prefeito Paulo Serra (PSDB) programa entregar o Complexo Maurício de Medeiros, na região do Jardim Irene e Cata Preta, no dia 1º de janeiro, data em que transfere o cargo para Gilvan Júnior (PSDB), eleito para comandar Santo André pelos próximos quatro anos. A decisão de ‘guardar’ a inauguração da obra dá a entender que se trata de iniciativa para marcar o início do governo do ‘afilhado’ político, indicado pelo chefe do Executivo para a disputa ao Paço, em decisão que desagradou outros nomes do grupo, caso do vice-prefeito Luiz Zacarias, que lançou candidatura pelo PL.
A informação foi dada pelo prefeito ao RD na última terça-feira (12/11), durante a apresentação do balanço do Poupatempo da Saúde, que chegou a 250 mil atendimentos em nove meses. Questionado se de fato tinha planejado entregar uma obra no dia 1º de janeiro, Paulo Serra foi curto na resposta. “Sim, o Maurício de Medeiros”, disse, ao lado do sucessor, que balançou a cabeça afirmativamente. ‘A obra está pronta então prefeito?’, perguntou a reportagem. “Sim, prontinha”.
As intervenções, com investimento de cerca de R$ 104 milhões obtidos junto ao Banco Andino de Desenvolvimento da América Latina (CAF), contemplam a canalização dos córregos Maurício de Medeiros (afluente do Córrego Guarará) e do André Magini, com a instalação de 600 metros de tubulação de ramais, grelhas de captação, bocas de lobo e de leão e travessias. Um dos objetivos é minimizar pontos de alagamento que historicamente atingem aquela região.
Quanto à questão viária, foram construídas duas marginais, uma no sentido bairro e outra no sentido Avenida Capitão Mário Toledo de Camargo, cada uma com duas faixas de rolamento, com quatro opções de retorno, 69 postes e 79 luminárias em LED, além do asfaltamento de vias adjacentes.

Segundo a Prefeitura informou em março, mês de início da obra – previsão de conclusão é de 18 meses –, as intervenções têm por objetivo minimizar problemas viários, de infraestrutura e saneamento, em uma região de grande densidade populacional, além de tentar evitar o descarte irregular de resíduos no córrego, apontado como um dos fatores para a ocorrência de alagamentos, na medida em que o acúmulo de lixo causa a obstrução do fluxo da água da chuva.
O projeto financiado pela CAF contempla ainda a ampliação da Escola Parque Cata Preta, com mais opções de lazer e esporte para a população daquela região, assim como implantação de rede de água e esgoto e paisagismo.
Para que a obra pudesse sair do papel, a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária realizou obras de urbanização e contenção de encostas, com remoção inicial de 62 famílias. Na sequência, outras 206 famílias que viviam às margens do córrego também foram retiradas e, segundo a Prefeitura, encaminhadas para programas como aluguel social, Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e Casa Paulista, iniciativa estadual.
Questionada sobre a situação atual da obra, e se de fato estará pronta para ser entregue no dia 1º de janeiro, como deseja o prefeito Paulo Serra, a Prefeitura não respondeu até o fechamento desta reportagem.
Veja vídeo publicado na rede social do prefeito Paulo Serra (@paulo.serra45/Instagram):