A Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) divulgou nesta quinta-feira (07/11), a pesquisa sobre os produtos da cesta básica em relação ao mês de outubro. O levantamento mostra que o agrupamento de produtos alcançou a marca de R$ 1.103,60. O valor é 1,81% maior do que o apontado em setembro e 11,27% acima do valor levantado em outubro do ano passado. A laranja acabou como a principal “vilã” desta alta.
O quilo da laranja alcançou em outubro o valor de R$ 6,95, uma alta de 10,51% em comparação ao mês anterior e de 78,84% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Assim, alcançando o maior patamar desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2001.
Ao RDtv, o engenheiro agronômico Fábio Vezzá de Benedetto, engenheiro agrônomo da Craisa, aponta três fatores para a alta apresenta. O primeiro é a valorização do dólar em relação ao real, o que fez aumentar o preço de produção O segundo ponto é a instabilidade climática, principalmente com o tempo seco, associado às altas temperaturas, durante o final do inverno.
“Vivemos um inverno muito rigoroso no ponto de vista de estiagem. Foi um inverno que não foi muito frio, mas ele foi muito seco, longo e seco. Então, isso prejudica a produção também, porque a fruta precisa de água para crescer”, explicou.
O terceiro fator é uma doença chamada greening, que ataca as frutas cítricas e que não apresenta cura para as plantas. Fábio explica que as plantas doentes precisam ser jogadas fora e não podem ficar perto das demais, pois existe o perigo de que a doença se espalhe e acabe com toda a produção.
O especialista também alertou sobre uma informação falsa que foi divulgada sobre o trabalho feito por servidores públicos sobre o tema. A mentira espalhada pelo WhatsApp aponta que tais profissionais estavam agindo contra os produtores pelo descarte das plantas doentes, o que foi refutado pelo engenheiro agrônomo da Craisa.
“A lógica é que a gente espera uma melhora, mas não deve ser logo, porque a gente, vale lembrar que o pico de produção, safra de laranja, de citrus, é mais para a época do outono. Vai demorar ainda. A gente ainda vai passar por um verão onde muita gente quer comer a fruta, quer tomar suco, e a oferta ainda vai estar meio restrita, então temos de esperar que os preços ainda sigam altos, infelizmente”, segue o especialista.
Carnes e ovos
Também houve o aumento do preço do quilo da carne bovina. A carne de segunda teve alta de 5,82%, em comparação a setembro, chegando aos R$ 32,55. A carne de primeira teve alta de 4,8%, chegando a R$ 42,55. A dúzia de ovos brancos também teve seu valor aumentado, alcançando os R$ 11,55, uma alta de 7,82%. O quilo do frango (coxa e sobrecoxa) subiu 2,38%, fechando o décimo mês do ano com a média de R$ 10,07.