ABC - quinta-feira , 12 de dezembro de 2024

Bancada preta cresce 40% nas câmaras do ABC, mas representatividade ainda é baixa

Pretos ocupam 9,3% das cadeiras nos legislativos do ABC. 58,7% são ocupadas por brancos, 27,3% por pardos e 4,7% por eleitos que não realizaram autodeclaração de “cor/raça” (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

A próxima legislatura (2025-2028) contará com 150 vereadores no ABC, oito a mais do que nas atuais formações das câmaras. Tal cenário permitiu um aumento do número de vereadores que se autodeclararam pretos. 14 eleitos realizaram a autodeclaração nesta eleição, quatro a mais do que entre os eleitos em 2020. Os brancos seguem sendo maioria, com os pardos seguindo na sequência.

A maior representatividade está em Ribeirão Pires, dos 17 vereadores eleitos, cinco (29,41% do total) se autodeclararam como pretos. Desta “bancada”, dois já tinham se declarado em 2020: Anderson Benevides (Avante) e Paixão (Republicanos). Alessandro Dias (PP) e Leandro Tetinha (PRTB) tinham se autodeclarados como pardos há quatro anos, o que foi alterado para essa eleição. A novidade fica com a entrada de Fernanda Henrique (PT). Em 2024, cinco eleitos são pardos e sete são brancos.

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Em outras cinco cidades da região foram eleitos dois vereadores que se autodeclararam pretos cada. Em Diadema, foram eleitos Laureto do Água Santa (União Brasil) e Patty Ferreira (PT). A vereadora Lilian Cabrera (PT), que se autodeclarou como preta em 2020, não foi reeleita. A cidade contará com nove vereadores brancos e nove vereadores pardos. Lucas Almeida (União Brasil) que se autodeclarou pardo há quatro anos, desta vez não preencheu oficialmente o campo ‘cor/raça’, segundo o sistema de divulgação de candidaturas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

No caso de Santo André, cidade que terá seis vereadores a mais a partir de 2025, Bahia Evilásio (PSDB) foi reeleito e terá a companhia de Dandan (Avante). 17 vereadores se autodeclararam como brancos (três a mais que em 2020) e dois como pardos (três a menos), e seis vereadores eleitos não informaram ‘cor/raça’. Três tinham se declarado como brancos em 2020: Almir Cicote (Avante); Dra. Ana Veterinária (PSD) e Dr. Fábio Lopes (Cidadania). Outros dois tinham se autodeclarados como pardos: Edilson Santos (PRD) e Rodolfo Donetti (Cidadania). Nino Brandão (Avante) é o sexto nome que não informou.

Em Mauá, o número de vereadores pretos segue o mesmo: dois, ambos reeleitos. Ricardinho da Enfermagem (PSB) realizou a mesma autodeclaração de ‘cor/raça’ de 2020, quem alterou foi Jotão (PDT), que há quatro anos se autodeclarou pardo. Samuel Enfermeiro (PSB) não foi reeleito. A Câmara mauaense seguirá com 13 vereadores brancos e oito vereadores pardos.

Em São Bernardo houve uma queda no número de vereadores pretos, de três para dois. Foram reeleitos Ana Nice (PT) e Lucas Ferreira (PL). Eliezer Mendes (PL) não foi reeleito. 19 vereadores que se autodeclaram brancos foram eleitos (um a mais) e sete são pardos (um a mais).

Se em 2020, Rio Grande da Serra elegeu sete vereadores brancos e seis pardos, em 2024 elegeu um vereador preto: Fubá (PCdoB). Aliás, o menor colégio eleitoral do ABC é a única com minoria branca no Legislativo. Desta vez serão quatro vereadores brancos e oito pardos.

Um caminho contrário do que ocorreu em São Caetano, outra cidade que teve aumento do número de cadeiras (de 19 para 21). Em 2020, Suely Nogueira (morta em 2021) foi a única representante afro na Câmara. Desta vez serão 19 vereadores brancos e dois pardos.

Houve também a redução da representatividade asiática. Em 2020, Santo André elegeu Jorge Kina (morto em 2021) e em São Bernardo foi eleito Hiroyuki Minami (Republicanos), mas desta vez nenhum dos futuros vereadores tem tal descendência.

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