
Outubro marca a conscientização sobre a Sudep (Morte Súbita Inesperada na Epilepsia), condição grave que afeta pacientes com epilepsia. Segundo Lécio Figueira, neurologista especialista em epilepsia e vice-presidente da ABE (Associação Brasileira de Epilepsia), a urgência de debater a doença se intensifica diante da falta de medicamentos essenciais e a burocracia do SUS (Sistema Único de Saúde).
A Sudep na epilepsia é quando uma pessoa falece subitamente, sem uma causa evidente. Apesar de ser uma condição rara, o caso está fortemente ligado à frequência de crises tônico-clônicas (convulsões), especialmente quando a pessoa não está em tratamento ou não toma as medicações adequadas. Pacientes com epilepsia refratária – aquelas com crises que não são controladas por tratamentos convencionais – estão em maior risco.
Segundo dados da ABE, cerca de 1% da população brasileira tem epilepsia, uma doença neurológica crônica. Apesar de ser tratável, a falta de medicamentos essenciais e a demora na aprovação de novos tratamentos podem colocar em risco a vida de muitos pacientes. A Sudep ocorre repentinamente, mesmo em pessoas aparentemente saudáveis. Por isso, o controle das crises epilépticas, associado ao acompanhamento médico, é fundamental para ser evitada.
O especilista comenta que medicamentos essenciais faltam constantemente nas prateleiras, interrompendo o tratamento e colocando em risco a vida dos pacientes. A ausência de estoque ocorre por conta de um sistema de compras ineficiente, onde os remédios são encomendados apenas quando o estoque já se esgota, descumprindo leis que garantem a continuidade do tratamento.
Além disso, afirma que além da falta de estoque no SUS, os pacientes enfrentam um processo burocrático demorado e desgastante todos os meses, isso para renovar os pedidos e cumprir exigências administrativas para continuar recebendo medicamentos, o que acaba atrasando o tratamento.