Em meio à alta dos preços da cesta básica, a busca por alimentação saudável se torna um desafio cada vez maior. Em entrevista ao RDtv, Sueli Longo, presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), compartilha dicas valiosas para equilibrar saúde e orçamento, a fim de garantir a qualidade nutricional sem comprometer as finanças.
Com a alta nos preços de itens essenciais, Sueli destaca que é fundamental que os consumidores estejam atentos às alternativas que o mercado oferece. “A primeira coisa que devemos fazer é pesquisar preços, o que todo mundo já faz, mas agora, mais do que nunca, é necessário”, orienta. Além disso, ela recomenda que as pessoas saiam do tradicional e busquem substituições mais acessíveis. “Se o alface está caro, por exemplo, temos opções como escarola, almeirão ou chicória. É preciso olhar além e considerar alimentos que ofereçam a mesma qualidade nutricional, mas com preços mais acessíveis”, complementa Sueli.
A especialista ressalta, ainda, a importância de diversificar as compras, e observar as variedades dentro de uma mesma categoria de alimentos. “O tomate italiano pode estar mais caro, mas o tomate caipira está com um preço mais interessante. É necessário abrir a visão para essas alternativas”, sugere.

Outra dica valiosa é escolher dias e horários de compra. “Feiras, especialmente no final do expediente, oferecem produtos mais baratos, sem perder qualidade. No mercado, também existem dias específicos de promoções. Essa estratégia é crucial para quem busca economizar sem comprometer a alimentação saudável”, aconselha.
Além disso, se adaptar à safra dos alimentos também é fundamental. “Comprar frutas, legumes e verduras da estação não só garante preços mais baixos, como também mais sabor e qualidade. O consumidor pode conferir no site do Ceagesp, que informa semanalmente quais produtos estão mais baratos e em melhor condição”, alerta.
A nutricionista também desmistifica a ideia de que é preciso consumir alimentos visualmente perfeitos. “Os alimentos ‘feios’, que muitas vezes não têm o padrão estético, podem ser tão bons quanto os outros e geralmente são mais baratos. Uma cenoura fora do padrão, por exemplo, é igualmente nutritiva e pode ser adquirida por um preço melhor”, explica.
Deste modo, a especialista enfatiza a importância de manter alimentação variada e colorida, que é a chave para garantir os nutrientes necessários. “Se não posso comprar alface, vou de escarola. Se o tomate está caro, a beterraba é uma boa opção. Precisamos mesclar o verde, o amarelo, o roxo, e garantir uma alimentação rica em fibras, vitaminas e minerais.”
Lancheiras escolares
Durante a conversa, Sueli relembra também a importância das lancheiras escolares no contexto de alimentação saudável. A especialista reforça que, mesmo com o aumento dos preços, é possível montar uma lancheira nutritiva e acessível. “Frutas da estação, como banana e mexerica, são ótimas opções, assim como lanches caseiros que podem ser feitos com ingredientes mais acessíveis e de qualidade. O segredo é diversificar e evitar os ultraprocessados”, orienta.