
A MRS Logística, responsável pela manutenção dos equipamentos na Vila de Paranapiacaba, disse, em nota nesta quarta-feira (16/10), que as obras na passarela da vila contam com acompanhamento de técnicos dos institutos de preservação do patrimônio histórico de Santo André, do Estado e Nacional. Os pedestres vão continuar usando a passarela, mas terão no meio dela, desvios para uma estrutura provisória enquanto trechos da estrutura centenária passam por uma recuperação temporária. O projeto de restauro completo da estrutura ainda não foi aprovado.
O RD mostrou o início das intervenções na última quinta-feira (10/10) quando um guindaste foi posicionado ao lado da passarela histórica. Desde então a empresa que opera os trens de carga não havia se manifestado sobre o que seria feito no local. Agora a empresa confirma o que a reportagem já havia apurado que será feito o escoramento de forma provisória da passarela para um futuro restauro, já que a estrutura é tombada como toda a vila.
“A MRS Logística informa que as intervenções realizadas até o momento na passarela da Vila de Paranapiacaba consistem no escoramento e desvio parcial da estrutura. Essas ações foram previamente aprovadas pelos órgãos de preservação do patrimônio e têm caráter provisório, visando garantir a segurança dos usuários durante as etapas de projeto e obra. A solução definitiva está sendo desenvolvida por especialistas em bens tombados e estruturas de aço, à serviço da MRS, que trabalham em conjunto com um comitê formado por representantes do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional), Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Santo André)”, diz a companhia em nota.
Em suma a MRS está fazendo uma passarela provisória ao lado da antiga para transferir o movimento de pedestres. Não há previsão, no entanto, sobre o início da restauranção da passarela que data do século XIX, já que o projeto ainda não foi aprovado pelos órgãos de preservação do patrimônio.
O Iphan informou que o projeto para a restauro da passarela de Paranapiacaba não está aprovado. “O Iphan foi comunicado em 2018 sobre problemas estruturais na mencionada passarela e aprovou, inicialmente, obras de reforço e escoramentos pontuais provisórios da estrutura até a conclusão de projeto de restauro. Atualmente, está em fase final de análise o projeto executivo de restauro definitivo do bem, elaborado pela concessionária que o administra. Pelo projeto, serão substituídas peças danificadas para recuperação da estabilidade e da acessibilidade. Por exigência do Iphan e de outros órgãos de fiscalização, a concessionária elaborou plano de restauro em fases, com trechos modulares, de modo a não interromper o acesso permanente de pedestres”, informa o órgão federal que afirma acompanhar as etapas da obra.
A prefeitura de Santo André detalhou como será feita essa recuperação, ainda em caráter provisório da passarela. Segundo a administração a passarela antiga será interditada em partes para as obras de reforço. Em momento nenhum, segundo o paço andreense, a passarela histórica ficará totalmente interditada, ou seja, o pedestre poderá iniciar sua travessia pela estrutura antiga e em parte do trajeto ele passará para a estrutura provisória para concluir seu caminho e vice e versa.
O vereador Ricardo Alvarez (PSol) está preocupado com obras provisórias na vila e que acabam se tornando perenes. “Eu quero acompanhar isso porque a creche da Vila que foi transferida para um local provisório já está lá há 11 anos. A gente não pode permitir que o patrimônio seja fechado e fique ao tempo se degradando, a passarela é parte de um bloco tombado e tem que ser restaurado às suas características originais e garantir a segurança”.