Em setembro, o valor médio da cesta básica na região alcançou R$ 1.013,80, o que representa aumento de R$ 33,79 (3,22%) em relação a agosto. Ao RDtv, o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá de Benedetto, da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), explica que a alta está diretamente ligada às condições climáticas adversas, que impactaram os preços de produtos frescos e alimentos essenciais.
“A alta nos preços dos alimentos frescos, como frutas, verduras e legumes, é um reflexo das variações climáticas,” explicou o engenheiro ao ressaltar o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, principal produtor de arroz do Brasil, onde o preço do arroz subiu 22,93% em relação a setembro do ano passado.
Além das enchentes, o Estado também enfrentou secas severas nos últimos anos, o que afetou diretamente a produção de grãos como a soja e o milho. “O Rio Grande do Sul já vinha sofrendo com secas, e agora, com o excesso de chuva, o impacto foi ainda maior,” comenta ao citar as dificuldades no transporte e armazenamento devido à infraestrutura comprometida pelas tempestades.

Preço da laranja dispara mais de 90%
Os efeitos climáticos se refletiram não apenas no arroz. A laranja, por exemplo, teve um aumento expressivo de 94,02% em comparação a setembro do ano passado, tornando-se o item com a maior alta. Outros produtos também apresentaram aumentos significativos, como batata (37,37%), alface (28,56%) e farinha de mandioca (20,53%).
“É uma pena, pois estávamos felizes no mês passado com a redução dos preços dos hortifrutis,” lamentou Fábio Vezzá de Benedetto, ao ressaltar que as condições climáticas amenas de agosto contribuíram para essa queda, mas o cenário mudou com o calor intenso e a seca.
Comparado com agosto, a laranja subiu 22,77%, alface 14,38%, banana 11,58%, tomate 7,69% e fubá 7,63%. Em relação a setembro do ano passado, a laranja quase duplicou de preço, enquanto a batata subiu 37,37%, o alface 28,56%, o arroz 22,93% e a farinha de mandioca 20,53%. “O clima tem sido o principal vilão para esses aumentos,” enfatizou o agrônomo, ao observar que as hortaliças, normalmente dependentes de irrigação, também sofreram com a escassez de água.
Quedas
Apesar das altas, alguns itens da cesta básica apresentaram quedas em relação a agosto. O detergente teve a maior redução, com uma queda de 6,34%, seguido pela margarina (500 g) com -4,51%. O frango (1 kg) teve uma diminuição de 4,07% e a cebola (1 kg) caiu 3,15%.
Outros produtos que ficaram mais baratos incluem papel higiênico (pacote com 16 rolos) com -2,70%, feijão carioca (1 kg) com -2,36% e esponja de aço com -2,06%. Itens básicos como batata (1 kg), arroz longo fino (5 kg) e sabão em pó (800 g) também registraram leves quedas, variando de -1,02% a -0,20%.