Para atender os pais que não possuem carro ou tempo para levar os filhos à escola, algumas prefeituras oferecem transporte escolar gratuito. Com isso, o ABC conta com mais de 600 veículos, entre vans, ônibus e micro-ônibus para operar o serviço. Exceto São Caetano, que terceiriza seu transporte (sem dados precisos), e Diadema e Mauá que não responderam ao RD até o fechamento desta reportagem.
São Bernardo possui a maior frota destinada aos alunos, com 465 veículos (entre ônibus convencional, micro-ônibus e vans), operados pela empresa Diastur. A frota consoante atende crianças de até 15 anos, num total de 16 mil estudantes, conforme a resolução de matrícula.
Em seguida está Santo André, com 72 veículos, entre ônibus, micro-ônibus, vans convencionais e vans adaptadas, com média dois anos de uso. Todas as modalidades de ensino ofertadas pelo município (creche, pré-escola, ensino fundamental e EJA) são beneficiadas pelo transporte escolar gratuito, de acordo com o estabelecido no Decreto n.º 14.537/00. Segundo a Prefeitura, após finalização da projeção de atendimento para o ano letivo de 2025 serão incluídos novos veículos, se necessário.
Com a terceira maior frota de transporte escolar segue Ribeirão Pires, com 35 vans, 4 ônibus e 6 micro-ônibus, das marcas Mercedes Benz, Renault e Fiat. As vans têm um ano de uso, os ônibus seis anos e os micro-ônibus um ano. Estudantes do 1º ao 9º ano que se enquadram no perfil estabelecido pela legislação são atendidos pelo serviço, sendo que pais não pagam pelo transporte escolar em nenhum caso. Há previsão de adquirir mais dois ônibus para o ano de 2025, cujo modelo ainda será definido.
Rio Grande da Serra contempla 20 veículos, entre vans Master e Ducato, bem como um micro-ônibus Volare. O transporte escolar do município atenda faixas etárias de 4 a 10 anos, além do grupo de alunos e alunas do EJA e também um grupo de pessoas atendidas pela APAE com idade superior a 30 anos. No momento, não há previsão para ampliação da frota de veículos para este serviço, também disponibilizado gratuitamente aos indivíduos enquadrados pelo serviço público.
Assim como São Bernardo, São Caetano também não dispõe de sistema próprio de transporte escolar gratuito. No município, o serviço é realizado por prestadores autônomos, que recebem alvará de funcionamento emitido pela Prefeitura, para prestar o transporte escolar. Por isso, a Prefeitura informa que não tem controle de quantos veículos estão em atividade visto que cada prestador pode ter mais de um veículo e nem a idade da frota.
São Caetano contempla famílias com o Auxílio Transporte Escolar, de R$ 180 por aluno. Fazem jus ao benefício, desde que se enquadrem nos critérios do edital, todos os alunos da rede municipal de ensino, devidamente matriculados na educação infantil e no ensino fundamental, do 1º ao 9º ano.
Burocracia
Apesar de gratuito, há pessoas que sofreram dificuldades para conseguir o benefício, como Patrícia Ferreira Fernandes em Ribeirão Pires e mãe de Daniel Ferreira Fernandes, nove anos. “Meu filho usa o transporte público desde abril, dois meses depois de as aulas dele começaram, em razão da burocracia Fui difícil, ainda mais porque moramos longe da escola”, comenta a mãe.
Patrícia enfrentou dificuldades para conseguir uma vaga para Daniel em algum transporte escolar da cidade. A mãe conta que o filho chegou à E.E Profª Nayme Cardim transferido da E.E Francisco Prisco. “Foram dois meses de fila para que Daniel ganhasse novamente o benefício e dava para ver claramente que havia vagas disponíveis dentro das vans que não circulavam ocupadas”, afirma.