Iniciada em junho para menores entre 10 e 14 anos de idade, a vacina contra a dengue no ABC é pouco procurada nos postos de saúde. De acordo com os dados do GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica) de Santo André, que corresponde ao ABC, foram aplicadas 19.033 primeiras doses da vacina, o que corresponde a 11,74% do público alvo. Se o índice de primeira dose é pequeno, o de segundas doses, que são aplicadas três meses após a primeira é de apenas 4,21% do total de primeiras doses e só 0,50% do total do público alvo.
Na região o pico da doença aconteceu entre fevereiro e abril, chegando a registrar mais de 4,3 mil casos da doença. No início deste mês, na 38ª semana epidemiológica, eram 31 casos prováveis de dengue notificados. Apesar dessa queda, a região já teve este ano 57 mortes por dengue só em 2024 e outros 16 casos estão em investigação, segundo o painel do Ministério da Saúde sobre a dengue.
A vacinação no ABC está em nível abaixo da média nacional. No país 2,2 milhões de primeiras doses foram aplicadas e 636 mil segundas doses o que significa que pouco menos da metade dos que já cumpriram os três meses e já podem tomar o reforço, de fato o fizeram. No Estado de São Paulo 31% já completou o esquema vacinal.
O melhor índice de primeiras doses aplicadas é o de São Caetano, que 1.439 primeiras doses da vacina contra a dengue o que representa 15,94% do público alvo e também já ministrou 151 segundas doses, o que equivale a 1,67% do público alvo que é de 9.026 crianças e adolescentes. A prefeitura informa que recebeu 3.133 doses em três remessas desde junho e não houve nenhum descarte porque as vacinas vencem apenas em agosto de 2025. “As vacinas contra a dengue não estão sobrando, pois foram incluídas no calendário vacinal de rotina, ou seja, como todos os outros imunizantes devem ter um quantitativo necessário em estoque para suprir a faixa etária recomendada”, informou a prefeitura.
O pior índice de primeiras doses é o de Santo André, que apesar de ter vacinado 3.408 jovens, esse número representa apenas 8,09% do público alvo que é estimado, em 42.120, o maior público da região. Só 128 segundas doses foram aplicadas, o que corresponde a 0,30% do total. A prefeitura de Santo André não se pronunciou até o fechamento desta matéria sobre o andamento da vacinação.
A prefeitura de Diadema informa que a vacinação contra a dengue no público alvo está disponível nas 20 Unidades Básicas de Saúde, de segunda a sexta-feira, de acordo com o horário da sala de vacina da Unidade. O município recebeu 7.888 doses do imunizante contra a dengue. De 13 de junho a 22 de setembro, foram aplicadas 2.660 primeiras doses. Em nota o município sustenta que realiza busca ativa e sensibilização dos responsáveis por crianças e adolescentes para a importância esquema completo de vacinação.
A prefeitura de São Bernardo informou números ligeiramente maiores do que os do GVE. “Até o momento, o município recebeu 16.740 doses de vacina contra a dengue, das quais 8.024 foram aplicadas como primeira dose e outras 683 em segunda dose. A vacina é ofertada em livre demanda nas 34 UBSs durante todo o seu horário de funcionamento, com horário estendido até às 21h em 20 delas”, diz o informe. A administração diz que a busca ativa é constante e que juntamente com a Secretaria de Educação é feita verificação das carteiras de vacinação dos alunos da rede municipal.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, alerta para a necessidade de se vacinar. “Dentro da faixa etária indicada pelo laboratório para receber a vacina, selecionamos o intervalo com maior número de hospitalizações por dengue no Brasil. Contudo, esse público tem uma adesão menor, justamente por não ser uma idade que frequenta os serviços de saúde rotineiramente. Por isso, os pais e responsáveis precisam levar as crianças e adolescentes para se vacinar. É um ato de amor e de responsabilidade”, destaca.