No Setembro Amarelo acontece a campanha de conscientização para o cuidado com a saúde mental, voltado à prevenção do suicídio. A ação faz parte do cronograma das unidades de atendimento no ABC de pessoas com transtornos mentais. Em 2024, a região atendeu mais de 188 mil pacientes nos CAPSs (centros de atenção psicossocial) e demais equipamentos que atendem em prol do bem-estar mental.
São Bernardo é a cidade com mais possui atendimentos, com média mensal de 12 mil pacientes (96 mil em 2024), além de 32 casos de suicídio neste ano (53 em 2023). A rede de saúde mental é composta por nove Centros de Atenção Psicossocial, Pronto Atendimento de Saúde Mental, seis Residências Terapêuticas, e o serviço de Tele Psiquiatria.
Em Diadema, são atendidas mil pessoas por mês (8 mil em 2024) nos CAPSs e UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do município.
Aumento de casos
São Caetano registrou aumento de 36% de entradas nas unidades de saúde, de 36.613 em 2023 (janeiro e agosto) para 49.835 em 2024 (CAPS Infanto-Juvenil inaugurado em abril de 2024 atendeu 11.771), além de manter a mesma quantidade de suicídios no mesmo período, de 4 casos. O município conta com três equipamentos referencias de saúde mental, sendo CAPS II, CAPS Álcool e outras Drogas, e CAPS Infanto-Juvenil.
Ribeirão Pires saltou de 25.014 em 2023 para 26.840 o número de atendimentos em 2024 (aumento de 7%), além de registrar um suicídio em 2024 (dois no ano passado). A cidade oferece suporte quanto as ações e eventos voltados aos Centros de Atenção Psicossocial e a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial).
Através das UPAs, UBSs e o CAPS, Rio Grande da Serra teve aumento de 12% no comparativo de janeiro a agosto de 2023 e 2024 (3.992 para 4.477)
Entre os municípios que apresentaram menos atendimentos estão Santo André e Mauá. O primeiro aumentaram 5% os atendimentos de pacientes, de 2.392 em 2023 para 2.523 em 2024. Já Mauá, saltaram de 289 para 344 casos neste ano (aumento de 19%). Ambas as cidades possuem serviços, como o CAPS, RAPS, além do atendimento nas unidades de saúde.
Perfil do paciente
Entre as mulheres, existe maior diagnóstico na faixa etária entre 20 e 60 anos. Já nos homens, a incidência maior é na faixa de 18 a 40 anos. Além disso, estão presentes pessoas expostas a situações de violência, estresse e vulnerabilidade social tendem a ter maiores chances de diagnóstico de transtornos mentais.
Os transtornos mentais mais diagnosticados são ansiedade e depressão. Além disso, a região também recebe demandas de casos de transtorno obsessivo-compulsivo, esquizofrenia, dependência química, transtorno de humor e e transtornos do neurodesenvolvimento (Transtornos do Espectro Autista/TEA + Deficiência Intelectual).
Prevenção
Por vezes, há pessoas ao redor que demonstram sinais que precisam de ajuda e pela rotina passa despercebido. Para o médico psiquiatra Cyro Masci, a família pode ter papel fundamental no que se refere ao tratamento de transtornos mentais, como a depressão. “O suporte emocional, a compreensão e a criação de um ambiente acolhedor são fundamentais no processo de recuperação, pois ajudam a pessoa deprimida a se sentir segura e motivada a seguir com o tratamento”, diz.
Para o psiquiatra, o sofrimento psíquico tem origem por múltiplas causas. Além do contexto emocional, relacional, traumático, filosófico e orgânico, também estão presentes os elementos sociais e ambientais, como situações financeiras, violação de direitos, acesso, vulnerabilidade social, entre outras razões. Diante de casos mais delicados, reforça a importância de acionar um serviço de saúde mental para acompanhamento do paciente, a fim de evitar o agravamento da doença.
CVV – Centro de Valorização da Vida
E nesse momento que o CVV (Centro de Valorização da Vida) surge como uma opção para pessoas que se sentem em situação de vulnerabilidade e pedem ajuda. Através do telefone 188 (gratuito) ou pelo chat do site do órgão, é possível conversar com algum dos 3,5 mil voluntários espalhados pelo País a disposição para ouvir.
O voluntário Carlos Correia ressalta a importância do CVV e como é necessário que pessoas em crise entrem em contato para pedir ajuda. “Todo voluntário passa por um treinamento para atender bem e conduzir a conversa. Por isso, caso a pessoa queira conversar para esclarecer estamos à disposição para isso”, comenta.