
O programa Farmácia Popular completou neste mês 20 anos de funcionamento. Só no ABC são 308 farmácias conveniadas que fornecem os 39 medicamentos gratuitos e mais dois que são 90% subsidiados pelo governo. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde, a pedido do RD, mostra que o número de atendimentos cresceu 46,4% na média mensal deste ano comparado com a de 2019, último ano antes da pandemia da covid-19.
O programa Farmácia Popular disponibiliza medicamentos gratuitos para diabetes, asma, hipertensão, osteoporose, anticoncepção e, desde de 10 de julho de 2024, também para dislipidemia (colesterol alto), rinite, doença de Parkinson e glaucoma.
De acordo com o ministério, em 2019 foram atendidos 380.462 pacientes nas farmácias conveniadas do ABC, média de 31.705 por mês. No ano passado foram 381.266 atendimentos, ou 31.772 pessoas por mês. E neste ano, de janeiro a julho foram atendidos 324.976; que resultaram 46.425 atendimentos mensais.
Para a moradora de Diadema, Sandra Tavares, hipertensa e pré-diabética, o programa é uma grande ajuda no orçamento, pois todos os medicamentos que precisa consegue retirar sem custo. “Eu pego duas caixas de Glifage, uma de Atenolol e duas de Losartana, tá certo que os medicamentos se o fosse pagar não são tão caros, mas de graça já ajuda”, afirma. Porém Sandra aponta algumas dificuldades do programa. Diz que a receita vence muito rápido, em quatro meses. “Aí tem de voltar no médico e pegar outra receita, durante a pandemia foi bom porque prorrogaram por mais de um ano a validade. Quem não tem convênio passa dificuldade para marcar médico só para trocar receita”, reclama.
Sandra aponta que a retirada do medicamento é demorada e nem sempre o sistema do programa está em funcionamento, o que a impede de retirar os remédios. “A gente pega fila, demora bastante e se o sistema cair demora pra voltar e a gente desiste e vai embora. Tem vezes que demora mais de um dia para o sistema voltar e a gente vai e volta da farmácia até conseguir. No mês passado, faltou Losartana em muitas farmácias e cansei de procurar, acabei comprando”, comenta. A moradora diz que o atendimento poderia ser mais automatizado, com uso de um aplicativo que desse para monitorar se o medicamento está disponível, reservar e só chegar na farmácia e retirar. “Isso diminuiria as filas”, sugere.
O Ministério da Saúde informou que vai ampliar o número de farmácias credenciadas. “Estão abertos novos credenciamentos do Programa Farmácia Popular apenas para os municípios de maior vulnerabilidade que aderiram ao Programa Mais Médicos. O Farmácia Popular atua por intermédio de uma parceria com as farmácias da rede privada que recebem um ressarcimento das dispensações que são efetuadas, com base nos valores de referência estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Vale ressaltar que esses estabelecimentos têm autonomia para definir os produtos em estoque de acordo com a demanda e negociação com os seus fornecedores”, explica a pasta, em nota.
Das 308 Farmácias Populares do ABC, 96 delas estão em Santo André, 74 em São Bernardo, 51 estão em Mauá, Diadema tem 35, São Caetano tem 31, 16 estão em Ribeirão Pires e em Rio Grande da Serra são cinco farmácias credenciadas ao programa. A lista de todas as Farmácias Populares do país está no site do ministério: https://www.gov.br/saude/pt-
Em todo país os medicamentos mais fornecidos pelo Programa Farmácia Popular são: Sinvastatina 20 mg, utilizado no tratamento do colesterol alto; Cloridrato de Benserazida 25 mg + Levodopa 100 mg, para o tratamento da doença de Parkinson; e Budesonida 50 mcg, para o tratamento da rinite. Veja a seguir a lista completa dos medicamentos fornecidos através do programa: