A aprendizagem, do ensino fundamental ao superior, é essencial para o indivíduo adquirir conhecimentos, desde os mais básicos até os mais especializados, que influenciarão sua carreira e convivência em sociedade. Entretanto, quando surgem barreiras ou dificuldades nesse processo, o futuro pode ser afetado, tornando necessária alfabetização, mesmo que tardia, e adaptação dos conteúdos disciplinares para atender às necessidades da nova geração.
O déficit de aprendizagem é um termo amplo que abrange diversas condições que afetam como as pessoas processam e retêm informações. Isso inclui distúrbios como dislexia, discalculia, TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), entre outras dificuldades específicas de aprendizagem. Ao RDtv, a professora e coordenadora adjunta de pedagogia do Centro Universitário Fundação Santo André, Andreia Menarbini, comenta alguns dos fatores que provocam essas dificuldades, bem como a necessidade de adaptar o conteúdo didático em sala de aula e aproximar professor e aluno.
No início da pandemia da covid-19, o MEC (Ministério da Educação) autorizou a substituição das atividades presenciais pelo modelo remoto, da educação básica ao ensino superior. Desde sua implementação, o formato a distância agravou significativamente o déficit educacional no Brasil, pois estudantes de diferentes idades e regiões apresentaram dificuldades e desafios após a suspensão das aulas presenciais. “Esse período ocasionou sequelas para os alunos até hoje, do ensino fundamental ao superior. Com isso, surgiram novas necessidades na educação para acompanhar esse aprendizado e não deixar o aluno sem compreender as matérias”, diz Andreia.
Entre as principais dificuldades de aprendizado, a especialista destaca a alfabetização e a adaptação incorreta de conteúdos disciplinares por parte dos docentes. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2022, havia no Brasil 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais, das quais 151,5 milhões sabiam ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabiam. Para a professora, é preciso ocorrer um trabalho conjunto entre os educadores, famílias e alunos, principalmente quando se trata de crianças do ensino fundamental, para superar as dificuldades.
“O professor tem papel fundamental nesse processo de educação do aluno, não apenas por explicar uma determinada disciplina, mas também por se tornar responsável em entender que cada estudante é único e possui maneiras diferentes de aprender uma mesma matéria. Por isso, é necessário que este profissional esteja em constante aprendizado científico, aprendendo cada vez mais sobre metodologias pedagógicas e desenvolvimento infantil para prender a atenção da criança ou adolescente”, explica.
Como exemplo dos futuros professores, hoje alunos da FSA (Fundação Santo André), a professora reforça que, além de se aperfeiçoar como profissional, o educador precisa criar um vínculo com o aluno de modo a entender suas principais dificuldades e trabalhar junto a eles para superá-las. Durante o curso de Pedagogia e Psicopedagogia, por exemplo, os alunos da Fundação adquirem práticas e teóricas de como se tornarem uma ponte entre o conhecimento e o estudante em sala de aula, para que assim aprimorem suas capacidades cognitivas, corporais, visuais, orais e sociais.
“É verdade que a pandemia promoveu muito estresse e ansiedade não apenas em adultos, mas também em crianças e adolescentes. Por isso, é essencial inserir principalmente o jovem em funções que o tornem protagonista, seja em casa ou na escola, promovendo o conhecimento diário e o interesse pelo aprendizado”, comenta Andreia.