A economia do ABC terá grandes movimentações no Dia dos Pais, celebrado neste domingo (11 de agosto). De acordo com estudo feito pela Strong Business School, em parceria com a Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), o feriado promete movimentar cerca de R$ 74,3 milhões na região com a aquisição de presentes.
Para Sandro Maskio, economista e professor da Strong Business School, o movimento surpreende e indica pontos positivos na economia do ABC. “É uma trajetória interessante que o consumidor toma desde o começo do ano até este feriado, tanto pelo seu comportamento de se importar com a data quanto com o valor disposto a pagar pelos presentes”, diz.
Um dos fatores apontados pelo especialista é que o consumidor não presentará só o pai, mas também outros parentes como avôs e tios, elevando o gasto planejado na hora de presentear. O estudo diz que entre os públicos que serão contemplados, os pais ocupam 53,7%, seguidos por tios e padrinhos com 26%, avôs com 7,4 e esposos com 5,8%.
A escolha do presente é majoritariamente guiada pelo desejo dos presenteados e pela qualidade do produto, com preço e descontos sendo fatores importantes, mas secundários. Além disso, o aumento da empregabilidade no ABC fortalece o poder de compra dos consumidores, ofertando mais possibilidades.
Itens de vestuário, acessórios e calçados são os preferidos para presentear (64%), seguidos por perfumes e cosméticos (11%), cestas de café/doce e ferramentas (2,1% cada). Presentes de maior valor, como celulares e eletrônicos, têm menor participação nas intenções de compra.
Para Maskio, esse movimento indica que cada vez mais o consumidor sabe onde gastar o dinheiro, como o caso de comprar determinados produtos em épocas mais favoráveis do ano. “Assim como a Black Friday, que acontece em novembro, ou mesmo o Dia das Crianças em outubro, a pessoa que tem poder aquisitivo escolhe itens de vestiário nesta data pela sua versatilidade de preços, que contemplam do barato ao mais caro”, explica. Como o Dia dos Pais e Dia das Crianças são feriados que acontecem em finais de semana, ele reforça que o valor de gasto pode subir ainda mais por contemplar viagens e passeios.
A pesquisa também aponta a preferência dos locais de compra dos consumidores, marcando o primeiro lugar os shoppings, (aproximadamente 36%), seguidos por compras online (25%), comércio no centro da cidade (25%) e estabelecimentos comerciais dos bairros (14%). Os consumidores estão dispostos a pagar um preço médio de R$ 199 por presente. Cerca de 41% planejam gastar até R$ 100 por presente, aumentando para 80% quando o valor se estende até R$ 200. Aproximadamente 20% estão dispostos a gastar mais de R$ 200 por presente.
Outro levantamento foi a forma de pagamento predileta dos compradores. Para a surpresa de Maskio, a maioria dos consumidores prefere pagar à vista, com cartão de débito ou crédito (55%). O cartão de crédito parcelado será utilizado por 20%, e o pagamento via PIX por aproximadamente 16,5%. “O brasileiro está se comprometendo com suas dívidas e evitando acumular faturas e parcelas. Cada vez mais, o consumidor toma cuidado em relação aos seus gastos e foca em quitar as suas dívidas”, comenta. Ainda, reforça que as linhas de créditos disponibilizadas não são boas e oferecem péssimas condições de taxas de juros.
Segundo o economista, a pesquisa também reflete uma melhora no cenário econômico, com a taxa de desocupação em 6,9% no trimestre encerrado em junho, a menor desde 2015, e um aumento de 5,8% na renda real média em comparação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real cresceu em 9,2%, indicando um ambiente favorável para o varejo.