A população idosa enfrenta desafios específicos à medida que envelhece, entre eles, a presbiacusia, uma forma de perda auditiva relacionada à idade, e a disfagia, que é a dificuldade para engolir. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 1,5 milhão de brasileiros com mais de 60 anos têm deficiência auditiva, o que representa cerca de 4,3% dessa faixa etária.
André Freire Kobayashi, otorrinolaringologista da Clínica Dolci, em São Paulo, explica que a presbiacusia é uma condição natural do envelhecimento, caracterizada pela perda auditiva progressiva em ambos os ouvidos. “Embora não haja cura para a presbiacusia, existem abordagens que podem atenuar e compensar a perda auditiva. Uma avaliação audiológica detalhada pode determinar se a perda está relacionada ao envelhecimento ou se há uma doença ativa agravando a situação”, afirma.
Entre os tratamentos disponíveis, Dr. Kobayashi cita o uso de aparelhos auditivos, medicações – em casos de doenças progressivas – e intervenções cirúrgicas. Ele ressalta a importância de uma abordagem preventiva, recomendando que os cuidados com a saúde auditiva comecem antes da terceira idade, com visitas regulares ao especialista.
Além da presbiacusia, os idosos também estão suscetíveis à disfagia, uma condição que afeta a deglutição e pode ocorrer em qualquer idade, mas se torna mais comum após os 60 anos. “Com o envelhecimento, a musculatura envolvida na deglutição pode enfraquecer, levando a engasgos e episódios de tosse”, explica o Dr. André Kobayashi. Ele destaca que a tosse ao comer não é normal e serve como um mecanismo de proteção quando o alimento segue por um caminho errado, podendo até entrar no trato respiratório.
Para quem sofre de disfagia, o otorrinolaringologista adverte que os líquidos são particularmente problemáticos, pois podem facilmente desviar para os pulmões. “Modificar a consistência dos alimentos pode prevenir complicações sérias, como pneumonia ou broncoaspiração”, aconselha.
O reconhecimento precoce dos sintomas é crucial para o tratamento eficaz dessas condições. A consulta com um otorrinolaringologista é essencial para diagnosticar, prevenir e tratar problemas auditivos e de deglutição de forma adequada, garantindo qualidade de vida para os idosos.