
Os três hospitais veterinários públicos da região já realizaram 5.319 cirurgias desde que foram inaugurados, sendo o mais antigo o de São Caetano, aberto há um ano e quatro meses, depois o de São Bernardo, com nove meses, e o mais novo é o de Santo André com apenas três meses de funcionamento. O serviço vem para atender a população que não tem como pagar um veterinário particular, ainda mais nos casos mais complexos. Porém há alguns tipos de procedimento que não são realizados em razão de contratos ou em que o equipamento ainda não prevê determinada especialidade ou tratamento.
Os tutores de animais de estimação devem ficar atentos porque, não há atendimento aos finais de semana, feriados e à noite, mesmo em situações de emergência. E também há alguns procedimentos e cirurgias que estes hospitais não fazem.
O hospital que fez mais procedimentos cirúrgicos foi o de São Bernardo; foram 4,2 mil procedimentos até o momento, sendo que nele ocorrem até cirurgias oncológicas. “O equipamento está capacitado para realizar todas as cirurgias previstas no plano de trabalho, incluindo cirurgias gerais, oncológicas e ortopédicas. Em casos de urgência e emergência, o hospital atende diretamente, sem a necessidade de passar por qualquer serviço de triagem. O horário de atendimento do hospital é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, exceto feriados”, explica a prefeitura que acrescenta que todos os exames e tratamentos, que estão inclusos no plano de trabalho são realizados no local. O hospital atende cães e gatos e há prioridade para famílias de baixa renda ou inscritas em programas sociais.
O hospital veterinário de Santo André, por exemplo, não faz atendimentos oncológicos, oftalmologia e cardiologia, mesmo assim já fez quase tantos procedimentos como o de São Caetano, mesmo sendo um ano mais novo. “Desde sua abertura foram realizados 519 procedimentos cirúrgicos, entre eles cirurgias eletivas, não eletivas e ortopédicas. O atual contrato não possui as especialidades de oncologia, oftalmologia e cardiologia. Estudos estão sendo realizados para acolher estes tratamentos no futuro”, diz a prefeitura andreense em nota.
Em Santo André são entregues 30 senhas diariamente, mas em casos de maior risco, mesmo quem não conseguiu senha tem seu bichinho atendido. “Os tutores que não conseguiram retirar a senha, e que se apresentam buscando atendimento, passam por uma triagem que define a classificação de risco. Sendo classificados pelo médico veterinário responsável como uma urgência ou emergência, o atendimento e procedimentos necessários são realizados independente da quantidade de senhas”, informa nota da prefeitura. O hospital funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 18h, com encerramento de triagem às 17h.
Em São Caetano, o hospital veterinário com mais tempo de atuação na região e que funciona em parceria com a USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), já fez 600 procedimentos cirúrgicos. Além do hospital, como no atendimento em humanos, há uma Unidade Básica, a UBASA (Unidade Básica de Saúde Animal) que é a porta de entrada para o atendimento, esse serviço foi pioneiro e ainda é o único na região. Porém o atendimento veterinário ainda tem algumas restrições, como horário de atendimento, da mesma forma que nas outras cidades.
O hospital veterinário de São Caetano previa na sua concepção o atendimento a grandes animais, mas por enquanto só animais de pequeno porte e pets não convencionais são atendidos, segundo explica a prefeitura. No local são realizadas cirurgias de tecidos moles e oncológicas, que represetam 90% da demanda. Cirurgias muito específicas que necessitam de microscópio cirúrgico, arco cirúrgico, UTI, e cirurgias cardíacas não são realizadas. “Urgências e emergências realizamos o pronto atendimento como um pronto socorro humano. Realizamos a triagem e o pronto atendimento com exames de imagem e laboratoriais. O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h”, diz nota da prefeitura.
A UBASA (Unidade Básica de Saúde Animal) é a porta de entrada para o sistema de atendimento dos pets. O morador deve ligar no número 4223-5455 para que seja feita uma primeira triagem. Casos de baixa complexidade são atendidos na unidade (curativos, consultas e aplicação de medicações). Casos de média e alta complexidades são encaminhados para o Hospital Veterinário, assim como as emergências, que não necessitam de agendamento.
Apesar da infraestrutura mais completa em São Caetano, há problemas. O morador Lucas Feliciano, acompanhou o drama da irmã que levou o gato da família até o Hospital Veterinário na última quarta-feira (10/07). Ele conta que o animal estava fraco sem uma explicação aparente. “Minha irmã levou o Billy até o hospital porque o veterinário particular não tinha estrutura para atender e recomentou levar para lá. Lá apenas estabilizaram ele, fizeram um exame de sangue que não foi disponibilizado e o médico disse que ele precisava de uma transfusão, que o hospital não faz. Inclusive deram uma folha impressa com contatos de clínicas particulares que fazem isso. Achei muito estranho o hospital público indicar clinica particular e a gente não tinha condições, era mais de R$ 1 mil uma bolsa de sangue, então ela voltou para casa com o Billy, que morreu naquela mesma noite. Ainda não sabemos a causa. Lá não tinha nem leito de internação, estranho um local que faz cirurgia não ter leito de internação. Para nós o atendimento não foi bom”, diz Feliciano. A família tem mais quatro gatos. A prefeitura, sobre este caso, informou que precisava de mais informações como o nome do tutor e do pet para checar as informações.