ABC - quarta-feira , 11 de dezembro de 2024

Aumenta número de crimes flagrados pelo videomonitoramento e ABC quer mais câmeras

Homem procurado pela justiça foi capturado pela GCM de São Caetano após seu carro ter sido identificado por câmeras do Detecta. (Foto: Divulgação/PMSCS)

Há duas décadas quando começaram a ser instaladas as primeiras câmeras de videomonitoramento nas cidades da região, se via o sistema como um grande avanço, porém apenas como algo acessório ao sistema de segurança pública, hoje não é mais possível conceber que uma grande cidade não conte com olhos eletrônicos observando os centros urbanos, entradas e saídas. Na região apenas Rio Grande da Serra ainda não conta com sistema de videomonitoramento e as demais cidades contam com milhares de câmeras com imagens de qualidade, que flagram ações criminosas e ajudam a desvendar crimes. Os crimes flagrados por essas câmeras aumentaram de 22,8% até 118% na região.

Não há um número certo de pessoas que foram presas graças à atuação destes sistemas de câmeras, mas é inegável a sua contribuição não apenas para o trabalho das Guardas Municipais, como também para o das polícias Civil e Militar. Considerando apenas os municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema são 4.146 câmeras de monitoramento.

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No sábado (13/07) um homem procurado pela Justiça foi preso em São Caetano, após alerta emitido pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências). O carro dirigido pelo procurado, um VW Santana entrou na cidade e apareceu nas telas do CGE o alerta de veículo com proprietário procurado pela Justiça. A GCM recebeu o alerta e partiu para a rua Alagoas, no Centro, onde se encontrava o veículo. O homem foi conduzido à Delegacia Sede, onde permaneceu à disposição da Justiça.

Para se ter uma ideia da importância das câmeras para a segurança pública em São Bernardo em todo o ano passado foram 22.609 ocorrências captadas pelo sistema de videomonitoramento, uma média de 1.884 por mês; neste ano de janeiro a maio, foram 11.576, uma média de 2.315 mensais, alta de 22,8%. Em Diadema os números mais que dobraram do ano passado para cá. No primeiro semestre de 2023 foram 127 ocorrências foram flagradas pelas câmeras, neste ano já foram 277 situações de crimes cujas imagens foram capturadas pela sua central de monitoramento, alta de 118%.

Em Santo André o número de situações criminosas flagradas pela GCM caiu sensivelmente. As mais de 3 mil câmeras da cidade flagraram nos primeiros seis meses do ano passado 290 ocorrência contra 270 no primeiro semestre deste ano. Porém a prefeitura sustenta que muito mais pessoas foram presas com a ajuda das câmeras, foram 16 ano ano passado e 102 neste ano, considerando apenas os seis meses iniciais de cada ano, alta de 537,5%. “Há expectativa do município em ampliar ainda mais o sistema de monitoramento por meio de câmeras, além de expandir o COI (Centro de Operações Integradas), que ocupará o andar mezanino do Paço Municipal inteiro, permitindo novos monitores, mais agentes de segurança atuando e aumentando a cobertura desse eficiente sistema na cidade”, diz nota do paço andreense.

São Caetano também flagrou menos crimes com suas cerca de 400 câmeras espalhadas pelos seus 15 bairros. Nos seis meses iniciais de 2023 foram 1.153 crimes contra 768 neste ano. 48 destas câmeras estão interligadas ao sistema Detecta do governo paulista e conseguem identificar placas de veículos. A prefeitura diz que pretende aumentar o número de câmeras bem como inaugurar uma nova central de monitoramento.

Para o secretário de Segurança Cidadã de Diadema, Deivid Couto, não é possível mais pensar em segurança pública sem o videomonitoramento. A cidade investiu no ano passado na instalação de totens, cada um com seis câmeras, e hoje são 26 em funcionamento. Ao todo a cidade tem 346 câmeras em vias e equipamentos públicos. Estudo da administração mostra que, em média, a queda de crimes foi de 36%, porém há locais onde a colocação do equipamento resultou em queda de 75%, caso da divisa da cidade com a Capital na rua Coimbra. “Já ajudamos a Polícia Civil até a desvendar um crime de homicídio que estava ligado a uma quadrilha de roubo de cargas. As câmeras são essenciais pra o trabalho de inteligência e de prevenção, e não apenas na área de segurança, ajudam em casos de acidentes de trânsito e outras situações, pois se pode acionar rapidamente o Samu ou viaturas do trânsito para o local”, destaca.

Investimento

O investimento não é pequeno, são R$ 405 mil mensais para a operação e manutenção do sistema só em Diadema, mas de acordo com o secretário o custo benefício é muito grande e a prefeitura quer mais pontos de observação e mais tecnologia. A cidade já conta com algumas câmeras do sistema Detecta, que identificam placas de carros, mas a cidade quer um convênio com o Estado para implantar câmeras que fazem reconhecimento facial, o que será de grande ajuda para a captura de suspeitos de crimes ou procurados pela justiça, a prefeitura projeta para o ano que vem instalar mais 20 totens, além disso quer reativar um sistema antigo de câmeras que vai engrossar em mais 80 o número de equipamentos. “Temos um conjunto antigo de 80 câmeras instaladas nos governos (José de) Filippi e Mário Reali que foram abandonadas na gestão anterior, então enviamos um projeto para o Ministério da Justiça para reativar esses equipamentos e modernizar, esse projeto já foi selecionado, mas ainda não assinado, aí vamos ter verba federal”.

Deivid Couto, secretário de Segurança Cidadã de Diadema (Foto: Reprodução RDTv)

Além do aguardo da verba federal a prefeitura estuda um projeto que quer incrementar ainda mais o número de câmeras e imagens captadas. A ideia é trabalhar com empresas de segurança e condomínios para que as imagens destes imóveis particulares também possam ser monitoradas da central da prefeitura.

Segundo Deivid Couto, as prefeituras estão cada vez mais assumindo funções na área de segurança e investindo muito numa área que é essencialmente uma atribuição do Estado. “É preciso trazer os municípios para a discussão. Só Diadema investe R$ 21 milhões no monitoramento e precisamos de uma parceria não apenas em alguns programas, mas parcerias definitivas nesta área, pois a gente sente uma pressão muito grande da sociedade. Localmente temos uma grande integração com as polícias Civil e Militar, mas é preciso integrar o Estado e a região. Sem um trabalho integrado vamos estar sempre enxugando gelo”, completa.

Números

Coincidência ou não, os números da segurança pública para a região estão caindo ao passo em que se monitora cada vez mais as vias públicas. Nas sete cidades o total de pessoas presas ou apreendidas em flagrante ou por mandato neste ano (de janeiro a maio) aumentou 10,95% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 3.042 presos nos cinco meses de 2023 e 3.375 neste ano.

Considerando o mesmo período o número de armas apreendidas cresceu 27,98%, passando de 168 apreensões para 215. E considerando só os presos em flagrante a alta foi de 11,38%, passando de 1.890 prisões para 2.105.

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