ABC - domingo , 4 de maio de 2025

Atraso em obra da CDHU em S.André prejudica quem já saiu de área de risco e que paga aluguel

Torres já foram praticamente todas erguidas, restando apenas alguns andares nas últimas torres, porém a fase de revestimento externo mal começou. (Foto: Reprodução)

O Residencial Clara, que é construído pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do governo paulista, em Santo André, era para estar pronto há cinco meses, mas a obra as seis torres com 480 apartamentos, ainda não está sequer na fase de acabamento. Há torres que ainda faltam andares para serem erguidos e os contemplados com unidade sofrem com o pagamento de aluguel por tempo além do que era previsto, além de famílias que foram tiradas de áreas de risco e que recebem auxílio aluguel. A nova previsão de entrega do empreendimento é o fim deste ano, sem uma data mais objetiva.

A psicóloga Milene Cristina Farias Kalil Soares e o filho caçula esperavam já estarem morando no apartamento. Ela conta que toda uma programação familiar foi feita tendo com base o mês de fevereiro deste ano, quando as chaves do novo apartamento já estivessem em mãos conforme foi firmado em contrato. “O meu filho mais velho iria casar e iria para sua própria casa e eu mudaria cm meu filho menor para o nosso apartamento. Acabou que meu filho casou, eu tive que entregar a casa que eu morava de aluguel porque o proprietário já tinha pedido o imóvel. Aí fui para outra casa e como seria por pouco tempo fizemos um contrato de aluguel de apenas um ano, que já passou e a proprietária está pedindo a casa porque já tem um casal interessado. Se ela entrar com uma ação de despejo eu vou para a rua porque não tenho para onde ir”, relata.

Newsletter RD

A contemplada com um dos apartamentos do Residencial Clara, diz que é comum passar pela obra e não ver ninguém trabalhando ou poucos operários. “Disseram que já trocaram a construtora, que houve falta de pagamento, mas muitas famílias que já poderiam estar morando lá estão sendo prejudicadas. Eu mesmo passo lá mais frequentemente porque agora estou morando perto da obra e tem vezes que não vejo movimento. Agora corro o risco de ter que me mudar mais uma vez e estragar ainda mais os móveis. Enquanto isso a gente olha a obra tão crua, quando será que vão entregar. A gente cobra a prefeitura que diz para falarmos com a CDHU que diz que devemos cobrar a construtora, um empurra para o outro e ninguém resolve”, completa Milene, que disse ainda que não foi informada também sobre como o apartamento será entregue, se haverá acabamento com pisos, pias e esquadrias.

A prefeitura de Santo André confirmou que dentre os contemplados para morar no Residencial Clara, estão pessoas que foram removidas de áreas de risco. “Há na listagem dos contemplados pessoas que recebem auxílio aluguel e muitas delas vieram de áreas de risco”, diz nota da administração municipal, que disse que está cobrando tanto a CDHU como a construtora para agilizar a entrega do empreendimento. “Tanto a CDHU, quando a construtora já foram oficiadas pelo município a prestarem esclarecimentos e estão em constantes conversas para dirimir o problema”. A prefeitura informou ainda que a obra deve ficar pronta até o final do ano, sem dar uma data mais específica.

A CDHU disse que o prazo contratual para o fim da obra se encerra em agosto. “A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) informa que o prazo final para a entrega do empreendimento Residencial Clara está previsto para agosto de 2024, conforme a Lei 4591/64, em seu artigo 43-A. Portanto, a obra encontra-se dentro do limite contratual. Sendo assim, qualquer ação / notificação por parte da CDHU deve respeitar este prazo”, aponta nota encaminhada pela companhia estatal.

A CDHU disse ainda que é apenas o agente técnico financeiro ficando a incorporadora responsável pela comunicação e notificação aos beneficiários. O empreendimento Residencial Clara é composto por 480 unidades habitacionais, sendo: 222 com 55,61m² e três dormitórios; 240 com 54,65m² e três dormitórios e outras 18 adaptáveis com 55,61m² e dois dormitórios. Segundo a companhia as unidades serão entregues com piso cerâmico em todos os ambientes, revestimento cerâmico até o teto nas paredes hidráulicas, acabamento das paredes e teto em gesso e/ou massa única, pintura nas paredes e teto, portas em madeira pintada com esmalte ou verniz e esquadrias metálicas.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes