A IPC Marketing Editora lançou mais um levantamento sobre o consumo por domicílio no Brasil, o IPC Maps. Em relação ao ABC, o apontamento mostra um consumo projetado de R$ 128,5 bilhões neste ano, quase R$ 13 bilhões a mais do que a expectativa de 2023. Porém, os dados da região apontam uma concentração deste gasto a partir das classes A e B, que contam com um menor número de pessoas, mas com um maior padrão econômico. Além disso, a pesquisa aponta a concentração dos gastos em itens de primeira necessidade.
“No nosso estudo tratamos o consumo das famílias que é a visão do PIB (Produto Interno Bruto) sobre a ótica da demanda. A distribuição desse montante Brasil é feito para os municípios brasileiros conforme a estrutura de domicílios por classe econômica”, explica Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora.
Na região, os domicílios da classe A são correspondentes a 4% do total. Mesmo com o número baixo, a expectativa é que este grupo social seja responsável por 18% do consumo no ABC neste ano. Como comparação, as classes D e E correspondem a 17,7% da população, porém, vão corresponder a 5,7% do consumo em 2024.
Segundo Pazzini, tal cenário é causado pelo estilo de vida das pessoas que são parte das classes mais altas. Como o valor para a manutenção deste padrão é maior, vai demandar ainda mais gastos.
Os gastos com habitação (aluguel, conta de energia elétrica e conta de água e esgoto, por exemplo) vão gerar um consumo no ABC de R$ 35,4 bilhões, sendo que R$ 19,6 bilhões vão ter origem nas classes A e B. Nas classes mais baixas, o consumo neste tipo de pagamento também será alto, mas haverá uma menor sobra para gastos que não são de primeira necessidade.
“Despesas com habitação em nível alto não é um fator positivo, pelo contrário, é um fator negativo, porque compromete mais os valores e vai sobrar menos dinheiro para comprar aquilo que não é de primeira necessidade”, aponta Pazzini.
“As classes A e B sempre foram consumidoras, mas trazem um impacto de números. Aonde você tem uma população no ABC muito maior nas classes C e D, então essa pirâmide de consumo, quando olhamos os números, fica bem interessante”, comenta Alexandre Damásio, presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano, que apontou preocupação com a concentração deste consumo.
Outro gasto que cresceu foi com veículo próprio, que chegará na casa dos R$ 14,2 bilhões. Neste caso, a explicação é o aumento na compra de veículos para o trabalho de entrega, algo que vem crescendo desde a pandemia do Covid-19. Como boa parte desses trabalhadores são pessoas físicas e não jurídicas, o consumo, mesmo que para o trabalho, é lido como algo pessoal.