Evitar comidas ultraprocessadas, transgênicas e com conservantes químicos, manter uma rotina ativa, sem tabagismo e sem excesso de peso, são hábitos importantes para prevenir as DII (Doenças Intestinais Inflamatórias), mas o controlar o estresse é o método ainda mais eficaz para driblar as doenças. Em muitos casos, uma doença intestinal pode ser desencadeada após um pico de estresse, seja uma separação, a perda de entes queridos ou até uma demissão, mas além de causar a doença, o estresse pode agravar quadros já existentes.
Em entrevista ao RDtv, sobre Maio Roxo, o coloproctologista e coordenador do Núcleo de Doença Inflamatória Intestinal do Hospital São Luiz São Caetano, Lucas Boarini, explica que entre 2012 e 2020, no Brasil, as DIIs deram um salto de 30,01 para 100,13 casos por 100 mil habitantes, o que reforça a importância da manutenção do estresse e da alimentação. “Ter uma dieta saudável, rica, regrada e variada junto a acompanhamentos psicológicos que controlem ansiedade e depressão são chaves para aliviar o estresse cotidiano, que é o principal vilão intestinal”, diz.
Entre as DIIs mais frequentes estão a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, em que ambas possuem diversos fatores agravantes, seja predisposição genética ou fatores ambientais. “Esses fatores alteram a microbiota intestinal promovendo agressão ao sistema imunológico. A retocolite atinge a mucosa do intestino grosso, gerando diarreia e anemia. Já a doença de Crohn pode causar inflamação em todo o intestino”, destaca.
Para diagnosticar essas doenças, o paciente precisa realizar a colonoscopia, biópsia, tomografia, ressonância e análises laboratoriais. “Por ser incurável mas altamente tratável, esse grupo de doença precisa de um pronto tratamento, principalmente para impedir picos e situações extremas como perfuração intestinal e estenose (fechamento do intestino), que levam à uma cirurgia de emergência com possibilidade de utilizar ostomia (bolsinha de intestino que é colocado externamente na barriga)”, comenta.
As DIIs têm sintomas crônicos como diarreia, pus, muco e sangramento anal, bem como cólicas, gases, fraqueza, inapetência e febre, acometendo um total de 5 milhões de pessoas no mundo. Por serem autoimunes, elas exigem descoberta precoce, impedindo crises traumáticas. “Elas costumam afetar em especial pessoas entre 15 e 40, mas existe a chance de contrair uma dessas doenças entre os 60 e 70 anos, por isso é importante manter uma vida saudável e equilibrada durante toda a vida”, afirma.