A Síndrome de Down está presente em 1 em cada 700 nascimentos, o que totaliza em torno de 270 mil pessoas com Down no Brasil, mas apesar do grande número de pessoas com a síndrome, faltam profissionais capacitados para atender as demandas desta população. Em entrevista ao RDtv, a empresária e idealizadora do projeto Pimentinhas do Brasil, Fabiana Gonçalves, afirma que quando se trata de síndrome de down, faltam informações e pessoas que sejam qualificadas para trabalhar com crianças e jovens com a condição.
Fabiana destaca que é importante qualificar profissionais como fonoaudiólogos, divulgar mais conteúdos sobre a Síndrome e, assim, auxiliar mães e pais de novas crianças que nascem com Down sobre como encaminhar o filho da maneira correta. “Atualmente é tudo muito escasso, mesmo sendo uma Síndrome conhecida há anos. Não temos mais bons profissionais atuando, nem conhecimento sobre como a Síndrome se desenvolve e, principalmente, não temos políticas públicas voltadas para melhorar essa situação”, frisa.
Nascido pela necessidade de juntar mães e pais de crianças com Síndrome de Down em Ribeirão Pires, o projeto Pimentinhas do Brasil existe desde 2017 e, esse ano se tornará um ONG (Organização Não Governamental) para lutar pela inclusão de crianças e jovens com Down em diversas área. “Em parceria com a mães das crianças do projeto, decidimos expandir e criar um espaço em que possamos juntar profissionais da área como psicopedagogas e fonoaudiólogas, para que as crianças possam fazer atividades culturais e educativas”, diz.
No dia 21 de março, Dia Mundial da Síndrome de Down, o projeto realizou, em parceria com a prefeitura, o 5° Encontro Huracán para crianças e jovens com Síndrome de Down e suas famílias, que tem o objetivo de promover a conscientização e a necessidade de acolhimento das famílias, principalmente das mães que, na maioria das vezes, são as que acompanham de perto o dia a dia dos filhos com Síndrome de Down. No evento do dia 21, mudas de pimenta foram plantadas – simbolicamente – em vasos pelas crianças e, tais mudas serão replantadas na sede da ONG como colheita prevista para daqui cinco meses.
“Neste ano, também iremos inaugurar a nossa sede, na divisa dos bairros Santa Luzia e Barro Branco, onde iremos capacitar profissionalmente jovens com síndrome de down. É preciso criar oportunidades para que eles entrem no mercado de trabalho com capacitação e alguma experiência. Através do projeto, eles aprenderão sobre todo o processo, do plantio da pimenta à fabricação dos molhos”, comenta Fabiana.