No dia 27 de março (quarta-feira), ocorre em Diadema o seminário Os 99 Anos da Represa Billings, promovido pelo Subcomitê Billings-Tamanduateí, com intuito de discutir sobre a importância do reservatório para o ABC e São Paulo. Ao RDtv, o coordenador do Subcomitê Billings-Tamanduateí e Diretoria do Comitê das Bacias Hidrográficas do Alto Tietê (CBH-AT), Virgílio Alcides de Farias, e a professora e pesquisadora da USCS, Marta Marcondes, comentam sobre a importância do evento para discutir a relação da represa com a região.
Pela primeira vez desde o primeiro aniversário, a Represa Billings recebe um evento justamente para debater sobre o estado que a água se encontra. “O intuito do seminário é apresentar uma proposta de recuperação ambiental do reservatório, que por anos vem sendo descartado. Além disso, queremos propor a reintegração da represa em atividades de lazer”, explica Freitas.
Além das organizações como o Subcomitê Billings-Tamanduateí, algumas universidades também integram a causa, como a USCS (Universidade de São Caetano), a UFABC (Universidade Federal do ABC) e a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Como representante da USCS, Marta comenta sobre a participação dos centros universitários na recuperação da reserva.
“O objetivo das universidades nesse projeto envolve a parte científica, em que analisamos a qualidade da água desde 2015 e estudamos maneiras de revitalizar a qualidade da mesma”, diz. Segundo estudos feitos pela universidade, cerca de 60% da água do reservatório tem qualidade regular ou ótima, e os outros 40%, que correspondem a áreas que fazem divisa com as grandes cidades, se encontram com qualidade péssima ou ruim.
Alguns fatores contribuem para que a qualidade da água da Represa Billings não seja superior ao que foi constatado. Indicadores como ocupação irregular, descarte de lixo, lançamento das águas do Rio Pinheiros sem tratamento, e até mesmo áreas que fazem rota do rodoanel, pois emanam aumento da poluição atmosférica que chega ao reservatório, contribuem com a má qualidade da água perto dessas regiões. Além disso, por se tratar de um reservatório que também é destinado a população, as universidades atuam na identificação de bactérias, metais pesados e vermes que contribuem com doenças causadas pelo consumo dessa água.
Segundo Marta, os três centros universitários estão focados em identificar os principais poluentes das áreas de qualidade péssima ou ruim do reservatório. “Além de identificar esses componentes, vamos levar ao seminário sugestões para retirá-los da reserva. Mas para que isso aconteça, é importante a presença da iniciativa política, para que pense com carinho e entendam que cada município que faz divisa com a Billings tem responsabilidade em sua qualidade”, explica Marta.
Em complemento, Farias diz que Diadema foi o único órgão municipal que atendeu ao chamado do seminário até o momento. “Chamamos a Sabesp, a Cetesb e todos os municípios para comparecerem ao seminário, e apenas Diadema atendeu. O evento não serve de celebração, é para mostrar iniciativas e propostas de restauração da reserva que parte dessas gestões públicas não fizeram”, comenta.
Seminário
O seminário, que visa trazer propostas de recuperação ambiental do reservatório, acontece dia 27 de março (quarta-feira), das 14h às 18h, no Teatro Clara Nunes, localizado na rua Graciosa, 300 – Centro, em Diadema. Para participar, basta preencher o formulário de inscrição.