A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano divulgou nesta sexta-feira (15/02), com exclusividade ao RD, os dados da inadimplência na região em relação ao mês de fevereiro deste ano. No comparativo com o mês de janeiro houve uma queda de 4,05%. Quando a comparação é com fevereiro de 2023, houve um aumento de 6,79%. Dívidas com bancos ou sobre as contas de saneamento básico (água e esgoto) e energia elétrica estão entre as principais preocupações.
Segundo o presidente da CDL São Caetano, Alexandre Damásio, pelo terceiro ano consecutivo o mês de fevereiro apresenta uma queda em relação a inadimplência. Apesar da positividade da informação, o especialista aponta a necessidade de cuidado na análise para entender o cenário.
“O mês de fevereiro é um mês de queda de inadimplência. Que bom? Que bom. Mas é um mês que você tem uma queda de movimentação de concessão de crédito na compra. Visto que você já vem com um endividamento com as compras do mês de janeiro, e você soma há uma série de pagamentos públicos de impostos e taxas no mês de janeiro”, explicou Damásio durante participação no RD Momento Econômico – Debate.
O empresário aponta que caso a série histórica continue se repetindo, os meses de março e abril podem apontar um crescimento na inadimplência que pode alcançar a marca de 18%, pois é o momento que as dívidas referentes às compras realizadas para o Natal começam a aparecer nos sistemas.
Detalhes
Segundo o levantamento, a faixa entre 30 e 39 anos é a que conta com a maior fatia de devedores na região, 25,11%. As mulheres superaram os homens como as que contam com maior dívida, 50,39%. Para Damásio, tal cenário aponta uma maior participação feminina para obter crédito no momento do consumo.
A maior parte dos devedores na região, 25,18%, contam com uma dívida de até R$ 500. A maioria destas dívidas estão no sistema do SPC Brasil há no máximo três anos (39,94%), E a média de tempo de endividamento é de dois anos e dois meses, ou seja, são dívidas que começaram no final do período da pandemia do Covid-19 e o início da retomada econômica.
As dívidas com os bancos seguem liderando a lista com 71,55%. Na segunda colocação está a inadimplência com contas básicas como as contas de água e esgoto (saneamento básico) e energia elétrica. Para Damásio, o cenário mostra que o programa Desenrola, do Governo Federal, não foi bem aceito na região, e que tais setores precisam ter mais atenção no ABC.
“O setor financeiro para o ABC é importante não temos dado a devida atenção. E o setor de água e luz tem sido resistente em cuidar do seu consumidor contribuinte. Precisamos criar diálogo com esses dois setores”, comenta o especialista.