O Consórcio Intermunicipal Grande ABC iniciou o caminho para a revisão do Plano Regional de Drenagem. A entidade busca um olhar mais moderno para encontrar soluções que evitem alagamentos e enchentes após os frequentes temporais. Ao RDtv desta quinta-feira (29/02), a coordenadora do GT Drenagem e coordenadora de Programas e Projetos do Consórcio ABC, Sandra Malvese, relata o desafio de realizar uma série de projetos que levem em conta a emergência climática e a impermeabilização do solo.
A atualização do Plano Regional de Drenagem ocorre a partir do financiamento do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos). Até o mês de maio, o Consórcio vai licitar a contratação da empresa que realizará o trabalho. A intenção é que entre junho e julho seja iniciado o período de revisão. A entidade terá 24 meses para realizar as mudanças, ou seja, a finalização do projeto ocorrerá em 2026.
Segundo Sandra, um dos principais objetivos é encontrar soluções diferentes dos piscinões e que possam levar em conta também as bacias e sub-bacias crônicas da região. Assim gerando um plano de obras e intervenções que possam ser pleiteados pelo ABC na próxima fase do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), do Governo Federal.
“Queremos atualizar essas informações, porque foram feitas obras, diversas ações em todos os municípios e essas obras foram bem relevantes, pois em alguns pontos onde eram crônicas (as enchentes e alagamentos), hoje não tem tanto problema, e queremos também ter um novo olhar”, disse a coordenadora.
Porém, desta vez o Plano não estará sozinho. O Consórcio ABC aguarda liberação do Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para que ocorra uma parceria entre a entidade e a UFABC (Universidade Federal do ABC) para analisar as bacias e sub-bacias crônicas da região, entendo a melhor forma de usá-las como um caminho para que a vazão da água não atinja as áreas que atualmente estão sofrendo com as consequências das fortes chuvas.
Outra inspiração é o Caderno de Drenagem da Prefeitura de São Paulo, que conta com outros modelos de drenagem como os jardins de chuva e outras ações que visam melhorar a permeabilidade do solo e assim melhorar o escoamento da água.
Outro ponto será entender melhor o que fazer com os piscinões. “Nós não podemos ver as soluções de drenagem apenas por meio de piscinões, isso está muito claro. Também não conseguimos viver sem essa solução”, diz Sandra. A ideia é conseguir mudar os piscinões, com a visão que vai além de um simples espaço usado para acumular água e evitar que ela vá na direção de algum lugar que cause problema.
Enquanto todo o estudo é realizado, o Consórcio ABC está preparando o retorno do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) Regional. A ordem para a retomada foi assinada há poucos dias e agora são aguardados os próximos passos para que o equipamento volte a ficar disponível para as cidades consorciadas.