Nutricionista esclarece mitos sobre consumo de bebidas alcoólicas

Com a aproximação do Carnaval, a preocupação dos especialistas em saúde quanto ao consumo de álcool vem à tona, principalmente porque a questão interfere não só na saúde, mas na alimentação cotidiana e em dietas específicas. Ao RDtv, a nutricionista e presidente da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição), Sueli Longo, esclarece alguns mitos sobre o consumo de bebidas alcoólicas, além de como o líquido interfere no corpo.

Principalmente para quem faz dieta, a bebida alcoólica tem capacidade de interferir na alimentação, afirma a nutricionista. No entanto, a especialista esclarece que é possível conciliar o consumo da bebida com uma dieta balanceada, mas é preciso atenção com três fatores cruciais para entender o quão maléfico o álcool pode ser na alimentação. “Isso porque a quantidade de líquido ingerido não deve ser alta, é importante prestar atenção qual tipo de bebida se consome e a frequência”, alerta a nutricionista.

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Na visão de Sueli, não existe bebida menos calórica, tudo depende do teor alcoólico e o volume de bebida ingerido. “Podemos falar tanto das bebidas ‘zero álcool’ quanto aquelas que possuem teor alcoólico de até 60% em sua composição”, esclarece Sueli.

(Foto: Reprodução/RDtv)

O teor alcoólico varia entre bebidas fermentadas, como cerveja – com média de 5% de teor alcoólico, vinhos que concentram cerca de 12%, e destilados, que possuem por volta de 40%. A nutricionista destaca que bebidas zero álcool não são zero calorias, e que logo, seu consumo deve ser moderado da mesma forma.

“Beba com moderação” é uma das frases de alerta que sugerem o consumo moderado do álcool, mas Sueli comenta que é difícil determinar a quantidade exata do quanto uma pessoa pode ingerir de álcool. “Apesar de órgãos de saúde determinarem quantidades máximas que podem ser ingeridas, isso varia muito do tipo de bebida que é ingerida, além do volume que pode variar consideravelmente”, diz a especialista, que se refere a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) que define como dose padrão 10g de etanol puro, e recomenda que homens e mulheres não excedam duas doses por dia e que se abstenham de beber pelo menos dois dias por semana.

Mas álcool pode engordar?

Outra dúvida recorrente é se o consumo de álcool pode engordar. A nutricionista esclarece que não só depende do consumo da bebida, mas também do consumo alimentar. Isso porque o álcool interfere diretamente na absorção de nutrientes no intestino, possibilitando que todo o alimento ingerido não entregue os nutrientes que pode oferecer. Além disso, o inchaço se dá pelo mesmo fator, pois segundo Sueli, a sensação está ligada a pessoas que tem consumo excessivo de bebida alcoólica, o que é motivo de atenção.

Com a aproximação de datas comemorativas como o Carnaval, que leva pessoas às ruas e promove o consumo elevado de álcool, Sueli reforça que a prioridade é prezar pela hidratação. “O álcool, junto ao calor e altas temperaturas, favorecem a desidratação, pois promove alterações no metabolismo que desregulam o nosso corpo”, diz. Como sugestão, ela indica intercalar o consumo de bebidas alcoólicas com água, além de priorizar a ingestão de bebidas com o menor teor alcoólico possível, que causam menos desidratação.

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