
Todas as 111 paradas do Corredor ABD que liga o Jabaquara, na Capital, até Santo André e também até São Mateus e o Brooklin, também na Capital, passando pelas cidades de Diadema e São Bernardo, contam com abrigos, são estruturas de concreto em geral bem conservadas, mas quem espera o transporte, praticamente não usa os abrigos, isso porque eles ficam no meio da plataforma de embarque e os ônibus só param no final dela, o que faz com que os passageiros fiquem sob sol e chuva aguardando o transporte. A concessionária Next Mobilidade, responsável pelo corredor, disse que uma das obrigações contratuais é modernizar os pontos de ônibus, mas não informou quando fará as intervenções.
A reclamação é de uma passageira que regularmente usa o transporte de Diadema até São Bernardo para fazer exames médicos. Ela pediu para não ser identificada, mas conta que nos últimos dias tem recorrido à uma sombrinha para se abrigar do sol nos pontos de ônibus, nos quais ela diz que também já ficou sob chuva. “Se a gente fica embaixo da cobertura, quando o ônibus chega ou a gente corre ou perde. A sorte é quando vem um atrás e a porta fica mais perto. Mas em geral fica um amontoado de gente na ponta e nunca fica ninguém no abrigo, que fica uma coisa quase inútil”, relata.
A Next Mobilidade relata que a concepção do corredor é antiga e o tipo e tamanho dos ônibus mudou. “O Corredor ABD foi inaugurado na década de 90, e concebido com infraestrutura para atender a demanda da época, atendendo com veículos Padron 12 metros e embarque realizado pela porta traseira. Com o passar do tempo e o aumento da demanda, os veículos foram se tornando maiores (23 metros, além dos super articulados), e características operacionais foram sendo modificadas para melhor atender aos usuários do transporte. Atualmente, o embarque se faz pela porta dianteira, e o desembarque pela porta traseira e, em razão da dimensão dos ônibus atuais, o veículo necessita parar mais à frente para o embarque, sob pena do desembarque ter que ser realizado em cima dos gramados, ou até em cruzamentos com o flexível, o que comprometeria a segurança dos passageiros”, diz nota da companhia.
A concessionária disse ainda que, ao assumir o corredor, em 2021, herdou também a estrutura antiga e o contrato de concessão com o governo do Estado prevê a modernização, mas o prazo de quando isso deverá acontecer não foi informado. “A antiga concessionária era responsável, tão somente, pelos serviços de manutenção e conservação do viário e da infraestrutura que compunham o corredor, e, desta forma, não houveram alterações estruturais ao longo dos anos. Já o Contrato de Concessão da ABC Sistema de Transporte SPE – NEXT MOBILIDADE, traz a obrigação de uma modernização do Corredor ABD, que será realizada após a construção do BRT-ABC, e no prazo contratualmente previsto”.
Enquanto melhorias não forem realizadas nas paradas, há apenas uma orientação para os motoristas em dias de chuva. “A orientação de todos os motoristas é que, em tempo de chuva, excepcionalmente e desde que não haja risco para o passageiro, o embarque seja realizado na parte coberta do abrigo”.