Poluição do ar mata 5,4 mil pessoas por ano

excesso de informações visuais e sonoras também representam perigo à saúde (Foto: Marciel Peres)

A poluição atmosférica presente hoje nos grandes centros urbanos é responsável pela morte de mais de 5,4 mil pessoas por ano, segundo levantamento da OMS (Organização Mundial de Saúde). Respirar ar carregado de poluentes aumenta em até 75% as chances de infarto. Apesar de ser o tipo mais conhecido – e temido – de poluição, o excesso de informações visuais e sonoras também representam perigo à saúde e à qualidade de vida do ser humano.

Para tentar conter o barulho excessivo, leis municipais prometem multas de até R$ 8,4 mil para quem não seguir o que é permitido. A fiscalização, porém, ainda deixa a desejar: são apenas 23 fiscais em todo o ABC. Para tentar conter a ‘confusão’ visual, alguns municípios ainda tentam implementar a Lei Cidade Limpa, nos moldes de São Paulo, porém mais brandos. Mas em apenas duas cidades a legislação já está em vigor: São Caetano e Ribeirão Pires.

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E quando o assunto é qualidade do ar, se engana quem pensa que apenas nosso pulmão é prejudicado. “Órgãos que necessitam do oxigênio para funcionar, como o cérebro, o coração e o fígado, por exemplo, também são afetados. As reações químicas do nosso corpo dependem do oxigênio. Sem ele nada funciona, não há vida”, explica o pneumologista e professor de Medicina da UnB (Universidade de Brasília) Ricardo Martins, também consultor da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Por conta disso, levantamento realizado na capital paulista pelo Laboratório de Poluição Atmosférica da USP (Universidade de São Paulo)aponta que, em média, quatro mil pessoas morrem por ano só no município por doenças respiratórias, cardiovasculares e abortamento, o equivalente a 11 pessoas por dia. Como o ABC está muito próximo a São Paulo e compartilha características da metrópole, o cenário preocupante também é de reflexão para quem vive na região.

Com olhar mais amplo, a OMS aponta que cerca de 2 milhões de habitantes morrem por ano em decorrência da poluição atmosférica. Pesquisa comandada pelo pesquisador Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, aponta que respirar o ar de São Paulo equivale a fumar dois cigarros por dia.
Um dos principais poluentes é o monóxido de carbono, produzido pela queima incompleta dos combustíveis dos automóveis. “Ele compete com o oxigênio, toma o lugar dele no ar e, consequentemente, no nosso organismo”, completa o pneumologista.

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Acompanhe a série sobre poluição elaborada pelo RD:

2 - ‘Barulhento’ pode levar multa de até R$ 8,4 mil

3 – Cidades não combatem poluição visual

4 - Inspeção veicular reduz emissão de poluentes em até 30%

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