Em Santo André, no bairro Capuava, uma fábrica que torra café preocupa moradores da região devido a uma fumaça que causa um cheiro forte e desagradável que invade as casas e prejudica a convivência dos residentes. A Prefeitura, por sua vez, diz que o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) recebeu reclamações dos moradores sobre o local e que o estabelecimento será monitorado com prioridade para que possam ser verificadas irregularidades e tomadas as medidas cabíveis.
A fábrica está instalada na rua Nepal, no bairro Capuava, com menos de uma mês atuação no local. Vanderlei Gouvea, que mora na mesma rua da fábrica, diz ter estranhado o cheiro. “Já tem alguns dias que tenho sentido um cheiro muito ruim aqui na rua de minha casa. A princípio pensei que o cheiro vinha da Braskem, mas descobri que o problema dessa vez estava na minha rua mesmo”, diz ao reforçar que o “o cheiro de café é até agradável, mas esse cheiro é sufocante, dá falta de ar, irrita a garganta e provoca tosse”, relata.
Assim como Gouvea, outros moradores relatam passar pela mesma situação. Célia Correa mora na rua de trás da fábrica, na rua Paquistão, e comenta sobre os outros moradores que sofrem com o odor. “Tem pessoas idosas, pessoas com quimioterapia, um adolescente acamado com cuidado 24 hs. Simplesmente não conseguimos respirar, é sufocante”, relata. Célia diz que os moradores já conversaram com alguns responsáveis do empreendimento (inclusive com o dono, que segundo os moradores se chama Rodolfo) para fazer a denúncia, mas que a Prefeitura ainda não interviu.
Segundo o professor de Gestão Ambiental da Fundação Santo André (FSA), João Carlos Mucciacito, há possibilidade desta fábrica operar de modo ilegal, pois apesar do cheiro da torrefação de café ser forte, ele não é tóxico. “O que pode acontecer é que essa fábrica esteja operando com equipamentos incorretos, como falta de filtros e lavadores, o que favorece que o odor produzido seja mais intenso”, diz Mucciacito. O professor reforça também a importância da fiscalização da Semasa, em que diz que “precisa ser mais intensa para fiscalizar esses locais, principalmente para evitar possíveis casos de fábricas operando na ilegalidade”, conclui.
Questionada, a Prefeitura de Santo André informa que “o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) informa que recebeu reclamações dos moradores sobre o local e que o estabelecimento será monitorado com prioridade para que possam ser verificadas irregularidades e tomadas as medidas cabíveis. A autarquia também vai verificar se há licença ambiental para a atividade”.