
O governo do Estado de São Paulo prorrogou a Campanha de Multivacinação, que terminaria terça-feira (31/10), até 15 de novembro. O objetivo da prorrogação é aumentar as coberturas vacinais de todas as vacinas do calendário básico. No ABC, mais de 48 mil pessoas, com idades entre zero e 14 anos, compareceram aos postos de saúde para receber atualização na caderneta vacinal e, do total, 26.694 atualizaram a caderneta.
Desde o início da campanha, 9.047 jovens de Diadema compareceram aos postos de vacinação e, do total, 5.780 crianças foram vacinadas. A cobertura vacinal foi maior na faixa etária de crianças menores de um ano (79,3% das que compareceram à UBS), seguida de adolescentes de nove a 14 anos (65,1%) crianças de um a quatro anos (63,5%) e crianças de cinco a oito anos (49,3%).
As doses disponíveis em Diadema são: BCG, DTP, dTpa, difteria e tétano, febre amarela, hepatite A, hepatite B, HPV quadrivalente, menigocócica ACWY, meningocócica C conjugada, pentavalente rotavírus, pneunocócica 10V, tetra viral (SCR e varicela), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola – SCR), varicela, VIP e VOPb.
Em São Caetano, 21.641 jovens compareceram nas unidades básicas de saúde. A cobertura vacinal foi maior na faixa etária de crianças menores de um ano (67,2%), seguida de adolescentes de nove a 14 anos (46%) crianças de um a quatro anos (37,1%) e crianças de cinco a oito anos (18,9%). Desse total, 2.450 jovens foram imunizadas.
Santo André registrou 33.287 jovens nos postos de vacinação, e o total de 14.935 pessoas vacinadas. O número de crianças abaixo de quatro anos que estavam elegíveis para receber a vacina era de aproximadamente 8,5 mil, e 8.432 doses foram aplicadas. O público de nove a 14 anos foi considerado o de menor adesão às vacinas.
São Bernardo informa que, desde o início da campanha de multivacinação até o momento, foram imunizadas 3.529 crianças na faixa etária para menores de um ano, o que corresponde a uma cobertura de 91,5%. De um a quatro anos, foram aplicadas 2.737 doses (80,3%), de cinco a oito anos, 1.119 (63%) e de nove a 14 anos, 2.815 (77,4%).
Cobertura baixa
A infectologista e consultora de vacinas da Dasa – rede de Saúde, Maria Isabel de Moraes-Pinto, considera que a cobertura vacinal do ABC ainda é baixa. “A cobertura ideal seria acima de 90%”, avalia. A profissional ainda destaca que o setor público e privado devem repercutir a importância da vacinação para que a cobertura vacinal seja ampliada.
Coordenadora dos cursos de Biomedicina e Farmácia da Universidade Metodista de São Paulo, Juliana Pariz, explica que a vacina é um dos meios mais eficazes de prevenir doenças. “As imunizações podem salvar a vida de crianças e adultos”, afirma. Segundo ela, o desenvolvimento e aprimoramento das vacinas disponíveis tornam as pessoas protegidas de doenças que eram fatais no passado, por exemplo a poliomielite, que já foi muito temida pois causava paralisia e morte.
O professor de Medicina da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Fábio Leal, reafirma que a vacinação é fundamental para proteger a saúde individual e coletiva das pessoas, independentemente da idade. “Quando uma grande parte da população é vacinada, a propagação das doenças é significativamente reduzida. Isso protege não apenas os indivíduos vacinados, mas também aqueles que não podem ser vacinados devido a condições médicas, como pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos”, afirma.
Leal ainda destaca que a questão econômica pode ser beneficiada. “A prevenção de doenças por meio da vacinação reduz a necessidade de tratamento médico, hospitalizações e despesas com medicamentos. Isso economiza custos não só para os indivíduos, mas também para os sistemas de saúde”, acrescenta o professor.
Questionadas, as prefeituras de Mauá, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires não responderam até o fechamento da reportagem.