O último trimestre de 2023 trará para o debate na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) uma série de propostas do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) para a privatização de algumas autarquias estaduais, entre elas, a Sabesp. Ao RDtv desta segunda-feira (16/10), o deputado estadual Rômulo Fernandes (PT) apontou que o Governo do Estado enfrenta dificuldades para emplacar os projetos e que a oposição se dividirá em três frentes para impedir tal mudança.
Fernandes aponta que a primeira frente será jurídica. PT e PSOL, além de outras legendas de oposição, criaram uma banca de advogados para estudar formas de impedir a mudança da Constituição Estadual, fato que permitiria a redução da participação do Estado na Companhia de Saneamento Básico.
A segunda frente é a política, na realização do debate no plenário da Alesp e nos corredores da Casa de Leis. E por fim, a terceira frente que será com a população, principalmente ao alertar sobre a possibilidade de um aumento da tarifa, algo que Tarcísio afirma que não ocorrerá.
“Não tem lógica nenhuma, no entendimento da oposição, do PT, do PSOL e outros partidos. Eu quero dizer que não há consenso, inclusive entre a base governista, não há consenso por conta dessa discussão da Sabesp”, aponta o parlamentar.

Apesar da crença de um cenário de dificuldades para a aprovação do projeto, Rômulo Fernandes aponta a atenção que a oposição tem sobre as reuniões realizadas por Tarcísio com prefeitos das 375 cidades atendidas pela Sabesp. Para o deputado, o governador busca oferecer algumas trocas para que os prefeitos possam convencer os deputados estaduais para a aprovação.
No ABC, os prefeitos ou representantes dos seis dos sete municípios atendidos pela Sabesp (a exceção é São Caetano) conversaram com o governador nas últimas semanas. O prefeito de Mauá e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Marcelo Oliveira (PT), apontou que quer conversar com os demais prefeitos consorciados para que ocorra uma posição única na entidade.
Existem algumas preocupações, entre elas, a possibilidade do aumento da tarifa e as futuras obras de manutenção. Os temores é que os futuros acionistas, caso a Sabesp seja privatizada, não tenham uma relação direta com os municípios, o que pode gerar uma série de reclamações nas futuras intervenções nas ruas e avenidas da região.