Campos Neto: ‘Tecnologia é o instrumento mais democratizante que existe hoje’

(Foto: Banco de Dados)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a tecnologia é a ferramenta mais democratizante que existe hoje. Ele falou nesta segunda-feira, 9, sobre a agenda de inovação do regulador brasileiro durante o XXXIII Encontro de Lisboa entre os bancos centrais dos países de língua portuguesa.

De acordo com Campos Neto, o BC brasileiro entendeu que precisava ter uma agenda de inovação paralela, com o objetivo principal de inclusão e sustentabilidade. “A primeira conclusão que se tem é de que tecnologia é o instrumento mais democratizante que existe hoje”, afirmou ele, ao falar ao lado de outros banqueiros centrais.

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Campos Neto disse que o BC identificou a necessidade de transformar a intermediação financeira em alguma coisa mais digital. Segundo ele, o objetivo do órgão regulador nunca foi desenvolver só os pagamentos instantâneos ou open finance, que permite o compartilhamento de dados de clientes entre as instituições financeiras, mas olhar o todo uma vez que os “projetos se encaixavam”.

Nesse processo, o BC identificou a existência de uma “corrida por dados”, conforme Campos Neto. Por trás, uma busca de grandes empresas, incluindo big techs, de ter serviços de mensageria, conteúdo e pagamento na mesma rede.

“A gente via o WhatsApp querendo atuar em pagamentos no Brasil, o Google querendo fazer chat em outros lugares”, comentou Campos Neto, acrescentando que ter mensageria, conteúdo e pagamento na mesma cadeia, sob a ótica de venda de um produto, significa ter propaganda, venda e pagamento. “Isso é uma cadeia digital muito poderosa”, avaliou Campos Neto.

O trabalho do BC brasileiro foi se inserir neste contexto. Para isso, o regulador se debruçou em uma agenda universal, com quatro frentes: Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos, open finance, internacionalização da moeda e a criação de uma divisa digital, o Drex.

Campos Neto participa de uma rodada sobre inovação pagamentos durante o XXXIII Encontro de Lisboa entre os bancos centrais dos países de língua portuguesa e não teceu comentários sobre política monetária ou o contexto internacional, agravado pelos conflitos no Oriente Médio. O evento é uma espécie de prévia para as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que acontecem ao longo deste semana, em Marrakesh, no Marrocos.

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