A dislexia é um transtorno que atinge 8 milhões de pessoas no Brasil e apesar da existência de legislações para cuidar deste grupo, integrantes de movimentos que estudam esse tema ainda buscam a efetividade destas leis. Em entrevista ao RDtv nesta quinta-feira (05/10) a neuropsicóloga Alessandra Caturani e a fonoaudióloga Elaine Piva apontaram a necessidade de um preparo maior dos professores da educação básica e infantil para a identificação dos primeiros sinais.
Ambas fazem parte do Núcleo Especializado em Aprendizagem, da Faculdade de Medicina do ABC (NEA-FMABC) e do Movimento Dislexia TDAH GABC-SP. A partir destes dois grupos, interações com o Poder Público foram realizadas para conseguir avançar sobre o tema, principalmente após a sanção da lei federal 14.254/21 que dispõe sobre o acompanhamento integral para educandos com dislexia o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem.
“Nós estamos avançando no sentido, no diálogo da execução da lei, porque a lei 14.254 ela é extremamente competente, ela é extremamente comemorada e celebrada por todos nós. Ela foi construída historicamente por muitas mãos”, explica Alessandra que quer aproveitar os 20 anos do NEA-FMABC para evidenciar este tema junto ao Poder Público da região, principalmente levando em conta o fato da Faculdade de Medicina do ABC ser fundada por prefeituras.

Elaine destaca que ainda não há um preparo completo para os educadores sobre o assunto, mas considera que um processo foi iniciado, principalmente com os eventos nos quais o grupo participa e busca informar a população de diversas cidades sobre os sinais da dislexia e a necessidade de um diagnóstico precoce e longe dos pré-conceitos estabelecidos para quem tem dificuldades dentro das salas de aula.
“Quando pensamos em um diagnóstico, quando damos essa devolutiva para a família, sabemos que a primeira resposta da família é entrar em choque. Os pais perguntam ‘como vai ser o futuro do meu filho? Vai poder estudar e trabalhar?’ e a resposta é sim, mas ele precisará de algumas adaptações durante esse processo.
As especialistas deram exemplos de pessoas famosas que foram diagnosticadas com dislexia e que conseguiram seguir normalmente em suas vidas, mesmo com o diagnóstico do transtorno o físico Albert Einstein, o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton e o ator Tom Cruise.
A necessidade de um diagnóstico precoce ajuda no desenvolvimento de um tratamento que possa dar mais qualidade de vida para a criança e evitar problemas na fase adulta, apontam Alessandra e Elaine.