Economia sinaliza vendas para Dia das Crianças melhores que no ano passado

Lojas estão investindo nas novidades e há previsões mais otimistas e outras mais conservadoras em torno do crescimento das vendas. (Foto: Pedro Diogo)

O Dia das Crianças, 12 de outubro, já bate à porta e a maioria dos pais ainda não abriu espaço na agenda para uma pesquisa de preços baseada nos desejos da garotada. O economista e professor da Universidade Metodista de São Paulo, campus São Bernardo, Sandro Renato Maskio, acredita que as condições econômicas devem trazer vendas melhores do que as do ano passado. Comerciantes estão abastecidos, porém não apostam em tíquete médio muito maior do que o de 2022.

A rede de lojas de brinquedos Hi Happy que tem 10 lojas no ABC, seis próprias e quatro franqueadas, aposta num incremento de 20% nas vendas sobre o montante do ano passado. Em nota, a rede informa que, para dar conta deste movimento, pessoal extra foi contratado. O grupo emprega 120 pessoas só nas lojas da região e informa que esse efetivo foi aumentado em 30% para o Dia das Crianças e o Natal. A previsão de crescimento de vendas inclui o comércio digital. “Já notamos um aumento no e-commerce e no programa de fidelidade. Com a economia em crescimento e melhores indicadores, esperamos um aumento de cerca de 20% nas vendas”, informa a rede informa ainda que terá preços especiais nas linhas clássicas de jogos, quebra-cabeças, massas de modelar, blocos de montar, bicicletas e bolas.

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Brinquedos licenciados

A aposta da Hi Happy está nos produtos com personagens, os itens licenciados. “Teremos muitas novidades, desde linhas de Barbie, Princesas, Baby Alive, Marvel, DC Comics, Hot Wheels, até o sucesso do bichinho virtual digital Bitzee, além de bonecas e fantasias da Wandinha, Squishmallows, Casa de Gaby, Patrulha Canina e pelúcias mecanizadas, entre outros”, diz a rede, em nota.

Numa linha de produtos mais voltada para os brinquedos educativos, a Casa da Educação, com duas lojas no ABC, está com preços especiais nas lojas e plataformas de e-commerce. As lojas têm atualmente 20 funcionários e não foram contratados funcionários temporários. O diretor Luiz Augusto espera um tíquete médio menor do que o do ano passado. Segundo o comerciante, em 2022 o valor médio de cada venda foi de R$ 120, para este ano a aposta é em torno de R$ 80.

Apesar de não demonstrar tanto otimismo em relação às vendas, Augusto apostou na data. “Trouxemos muitas novidades que só existem nossas lojas. Vários produtos já estão com preços especiais nas plataformas e lojas. O pagamento no débito ou no Pix tem 10% de desconto, se for a dinheiro tem 12% de desconto”, resume. A Casa da Educação pode ser visitada na avenida Senador Vergueiro, 955, em São Bernardo; e rua Padre Manuel da Nóbrega 520, em Santo André.

Queda do desemprego

Para Sandro Maskio, a economia assinala para um Dia das Crianças melhor para o comércio. A pesquisa mensal do comércio tem apontado um desempenho melhor esse ano. No apurado até julho pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o crescimento foi de 4,44% no Brasil e no Estado foi de 3,27%. No ano passado os dois tiveram quedas no volume de vendas. Esse é um indicador positivo, mostra que o varejo tem crescido, não em um ritmo alto, mas razoavelmente satisfatório. Isso tudo é um indicador positivo para que haja um crescimento também nessa data. Outro fator positivo importante é a queda da taxa de desemprego, que tem acompanhado a evolução da massa de salários pagos, isso melhora o poder de compra da sociedade”, analisa.

O lado negativo da atual situação econômica e que pode influenciar para baixo as vendas do Dia das Crianças é o elevado grau de endividamento e o comprometimento da renda das famílias para o pagamento de dívidas. “Embora o número de empresas tenha aumentado, o desemprego diminuído e a renda melhorada ainda temos a família muito endividada, com bastante rigidez de orçamento o que diminui o poder de compra, mesmo assim podemos esperar uma melhora nas vendas para o Dia das Crianças”, diz o professor que tem, no entanto, restrições sobre previsões de crescimento muito grandes. “A Confederação Brasileira espera crescimento de 13%, isso é muita coisa. Eu não apostaria nesse nível de crescimento para o ABC, nem para o Estado ou para o Brasil”, completa.

Consumidores

O consumidor, do seu lado, está preocupado em presentear, porém com controle dos gastos. Para Krycia Pessoa, de Mauá, que tem uma filha de seis anos, a procura pelo presente ainda não começou, mas já planeja sair para comprar o presente, que pode ser roupa. “Ela já ganha presente do padrinho, dos avós e acaba ficando muito brinquedo, então depois eu vou com ela comprar roupa ou alguma coisa que ela queria bastante”, diz. Apesar de tentar fugir dos brinquedos, a menina já disse para a mãe que quer uma boneca da Luluca, personagem da internet. “Mas ela é instável, na hora pode acabar escolhendo uma roupa que ela também gosta de ganhar”, diz a mãe que espera gastar até R$ 150 no presente do Dia das Crianças. No ano passado gastou perto de R$ 80.

Krycia diz que essa época gasta mais, porque também dá presente para a sobrinha. Além disso, em setembro, as duas fazem aniversário. A mãe diz que no lugar de brinquedos ou roupas o presente pode ser um passeio com as meninas.

Passeio também está na lista de possibilidades de Eduardo Santana, de São Bernardo, pai de dois meninos de quatro e 14 anos. O menor está fissurado em um boneco Siren Head. O preço o pai já pesquisou na internet e está na faixa dos R$ 60, já o mais velho curte mais passeios e ele está interessado em um parque aquático que fica nas proximidades do ABC, ao custo de R$ 65 por pessoa. “Nada é barato. É complicado sair em família, o gasto é grande. Não é que a gente não queira passear com eles, mas às vezes faz falta até para a gente”, comenta.

O pai não descarta a possibilidade de apertar o orçamento da família para dar espaço a esse momento de alegria com a família. “A gente faz um sacrifício para agradar. É muito bom sair com eles e ver a felicidade dos meninos não tem preço”, afirma.

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