Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, atualmente a asma acomete cerca de 20 milhões de pessoas no Brasil. No mundo são 300 milhões de pessoas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A asma é uma doença inflamatória de base genética que atinge todo o pulmão, mas principalmente a região dos brônquios, que são canais responsáveis por levarem o ar para as vias respiratórias. A inflamação dos bronquíolos desencadeia uma série de problemas para o paciente, como faltar de ar corriqueira e dificuldade na respiração. Apesar de ser uma doença controlável, a asma não tratada corretamente pode levar o paciente a óbito, dependendo do estado da doença.
Em entrevista ao RDtv, o pneumologista da FMABC ( Faculdade de Medicina ABC), Victor Hugo Martins, explica que além da asma ser genética, fatores externas, como o ambiente, podem ocasionar no desenvolvimento da doença. “Podemos dizer que a asma é uma doença multifatorial”, diz o especialista. “Normalmente os pacientes tem asma na infância, então sabemos que tem uma forte ligação com a parte genética, mas existem pessoas que podem desenvolverem asma quando adultos e também em idosos e não é algo raro de se acontecer”.

Sintomas
Chiado no peito, falta de ar constante, dificuldade na respiração e tosses diários são os sintomas mais comuns da asma, de acordo com Martins, outras ocasiões como, poluição, tempo frio e seco podem exacerbar ainda mais o quadro clínico da doença. O pneumologista faz um alerta para a tosse, que pode indicar uma possível contração da asma. “Muitas pessoas se acostumam com a tosse e não devem ser acostumarem, isso porque toda tosse tem um porquê, por exemplo a tosse comum, a alérgica, muito dos casos a própria tosse alérgica é na verdade uma tosse asmática”, afirma. “Toda tosse precisa incomodar o paciente, seja o caso que for”.
Tratamento
A asma é uma doença que não possui cura, porém é tratável. O tratamento é por meio da famosa “bombinha”, como é conhecida no meio popular. Martins reitera que o tratamento adequando da asma é por meio do corticóide inalatório, fora esse não são recomendados pelo especialista. “Existem o tratamento da asma por meio do corticóide sistêmico e por medicamentos broncodilatadores, esses podem trazer problemas sérios ao longo prazo, por não atuarem no combate da inflamação em si. Esses medicamentos dilatam momentaneamente os brônquios, mas não atuam no foco principal da asma. Por isso não recomendamos esses medicamentos para tratamento, somente o corticóide inalatório”, explica o pneumologista.
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) mostram que 9 em cada 10 pacientes com asma não têm a doença sob controle. Esse dado escancara que grande parte dos asmáticas do Brasil não procuram o tratamento da doença ou muitos até iniciam, mas abandonam no meio, por perceberem uma melhora significativa do quadro, um grande erro dos pacientes na visão de Martins. “Tirar a medicação é um grande erro, as vezes o paciente está super bem, podendo ficar até dois anos sem crises, e chega um dia a crise ataca e dependendo do nível pode levar o paciente a óbito”, frisa.