A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que no mundo 350 milhões de pessoas sofrem com a depressão, sendo que no Brasil a estimativa é de 18,6 milhões tenham o transtorno. Em entrevista ao RDtv nesta segunda-feira (04/09), o médico psiquiatra Cyro Masci apontou a necessidade de aproveitar a campanha do Setembro Amarelo para levar conscientização sobre o tema, para que o transtorno seja levado a sério, antes que aumente o número de suicídios em decorrência da falta de apoio.
Cyro aponta que é necessário evitar o preconceito com quem sofre de transtorno depressivo, principalmente ao evitar rir dessa pessoa ou mesmo achar que a depressão seja uma “frescura”. O psiquiatra deixa muito claro que uma pessoa que está em uma fase grave deste transtorno precisa ser acolhida da melhor maneira, principalmente para evitar o atentado a própria vida.
“O suicídio é uma tentativa de resolver um problema que é temporário com uma solução definitiva. Na verdade, a maioria das pessoas que tem depressão não querem morrer de fato, elas querem sair dessa situação, elas dizem ‘se é para viver desse jeito, então é melhor morrer’”, explicou.
O especialista aponta que existem sete tipos diferentes de depressão. Na maioria dos casos a pessoa tem sintomas de tristeza e desesperança, além de apresentar problemas para dormir e até mesmo alterações no apetite, com momentos de pouca alimentação ou de alimentação exagerada. Mas tudo isso com uma sensação de cansaço e fadiga. Cyro comparou com uma pessoa que ingeriu bebidas alcóolicas em excesso e com uma alimentação que fez mal. Mas no caso da depressão, tais sintomas ocorrem diariamente.
Outro ponto que chama a atenção do especialista é o aumento do número de jovens com depressão ou que tiveram alguma tentativa de atentar contra a própria vida. Cyro vê que a pandemia acabou colaborando com tal cenário, principalmente com a presença do vírus atingindo o cérebro e com falta de convivência com familiares e amigos durante a fase mais grave.
Além disso, as pressões impostas para algumas escolhas futuras. Masci explica que o jovem tem o cérebro ainda em formação e que tais pressões acabam gerando situações emocionais que não são atentadas pelas pessoas.
Cyro Masci recomenda que mesmo uma pessoa que não está com depressão ou com tendência suicida, que entre em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida – Número 188) para ajudar ao próximo da melhor maneira, e depois seguir o protocolo de tratamento médico, o que pode ser feito tanto na rede pública quanto na rede privada de saúde. “A depressão tem tratamento, precisamos informar as pessoas sobre isso”, concluiu.