O Dia dos Pais está próximo, porém, as expectativas sobre o consumo do brasileiro para essa data estão abaixo do que ocorreu em 2022. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a estimativa do volume de vendas é 2,2% menor do que no ano passado. Ao RDtv nesta terça-feira (08/08), o economista e professor da Universidade Metodista, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e da Strong Business School, Sandro Maskio, apontou a renda baixa e o endividamento como fatores para um consumo menor.
“Para o grande público consumidor o grande componente que afeta, na realidade, a decisão de consumo é a renda. Então, apesar da melhora no mercado de trabalho, tendo um número maior de pessoas ocupadas, esse incremento de pessoas ocupadas tem ocorrido em alocações com rendas menores e ao público jovem”, iniciou o especialista.
“A gente não tem uma recuperação acentuada da nossa massa de renda na economia, da renda média. Começamos a recuperar nos últimos dois ou três trimestres, mas não foi uma recuperação tão intensa e nunca é assim, nunca se recupera de forma acelerada, é bom deixar claro isso”, seguiu.
Os dados da CNC apontam um volume estimado de vendas de R$ 7,67 bilhões para o Dia dos Pais, um valor 2,2% maior do que o apresentado em 2022 (sem considerar a inflação dos últimos 12 meses), mas menor do que em 2021 quando o movimento foi de R$ 7,8 bilhões. Em 2013, melhor valor da série histórica, a movimentação foi de R$ 8,54 bilhões.
Sobre a renda, a pesquisa PNAD Contínua apontou uma desaceleração no ritmo de crescimento. No primeiro trimestre de 2023 a renda média chego aos R$ 2,9 mil mensais, valor próximo dos R$ 2.910 registrados em dezembro de 2019, ou seja, antes do período de pandemia do Covid-19.
Maskio aponta que apesar da taxa de desemprego ter caído nos últimos meses, um dos fatores que ajudaram nesta queda foi a redução da força de trabalho, ou seja, daqueles que estavam dentro das regras da CLT. Boa parte dessa massa passou para outras modalidades como o MEI (Microempreendedor Individual).
No caso do endividamento, em abril o número de famílias brasileiras endividadas chegou a 78,3%, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também divulgado pela CNC.