Mais de 40 profissionais de saúde de diversas disciplinas médicas e também enfermeiros farão parte do projeto Centro Integrado de Acolhimento à Gestante do Hospital e Maternidade Brasil, dedicado ao acompanhamento preventivo de saúde de quem pensa em ter um bebê, de quem é gestante e/ ou acabou de dar à luz. Trata-se de uma abordagem completa de saúde a partir de equipe multiprofissional por especialistas integrados, que vai além das consultas e exames laboratoriais de pré-natal e segue com cuidados especiais na fase de internação na maternidade.
Segundo o ginecologista Rogério Guidoni, obstetra e coordenador da Maternidade e da Medicina Fetal do Hospital Brasil, da Rede D’Or São Luiz, que faz parte do projeto, o objetivo é fazer desse momento da vida algo memorável e ao mesmo tempo tranquilo, sem sobressaltos para pais e filhos. “A palavra chave é prevenção” aponta Guidoni.
Para o ginecologista e obstetra a iniciativa que começará a operar em agosto nasceu da necessidade das pacientes, mas tem o poder de desacelerar a ocorrência de partos prematuros, que se tornaram a principal causa de mortes infantis em nível mundial. Guidone aponta que o pré-natal surgiu em função da pré-eclampsia, que é um estágio hipertensivo gestacional em grande parte responsável pela prematuridade. “O pré-natal de qualidade tem impacto direto na prematuridade pode evitar ou diminuir a incidência de formas graves da pré-eclampsia assim como outras patologias.
Em uma década, entre 2010 e 2020, 152 milhões de bebês nasceram precocemente no planeta, revela um novo relatório da Organização Mundial da Saúde e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Estima-se que 13,4 milhões de bebês nasceram antes do tempo previsto em 2020, e quase 1 milhão morreu de complicações, segundo o documento.
Guidoni lamenta o fato de que o Brasil prefere o tratamento à prevenção e explica que na prática atual na obstetrícia as consultas são muito espaçadas no começo da gravidez, e se acentuam no final da gravidez, mas a prevenção de situações adversas que até possam se tornar irreversíveis ensina que a medicina precisa se anteceder com métodos preditivos. “Isso é extremamente importante, queremos na primeira consulta ou quando a paciente tiver a intenção de engravidar já começar esse cuidado interdisciplinar, nosso projeto de saúde inclui consultas pré-concepcionais”, afirma, referindo-se ao tratamento de doenças pré-existentes antes da concepção.
Capacidade de atendimento – Segundo o ginecologista o Hospital Brasil registra por mês em ginecologia e obstetrícia mais de 3.500 atendimentos, e cerca de mil consultas. A previsão até o fim do ano com o novo projeto é duplicar esses números. O Centro Integrado de Acolhimento à Gestante do Hospital e Maternidade Brasil também abrigará casais tentantes com visão 360 graus de médicos endocrinologistas, paliativistas (atuam para melhorar o conforto físico do paciente), além de fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos para atuar junto às gestantes. Esse trabalho inclui ainda os maridos, que também receberão acompanhamento para que recebam o bebê com tranquilidade, bem estar físico e psicológico. “O estado gestacional representa uma modificação completa na vida e vamos integrar nesse pré-natal também o marido, nossa estrutura no Hospital Brasil nos dá tranquilidade material e humana para oferecer às gestantes”, justifica Guidoni.
A enfermeira Elaine Sabino de Oliveira Angeli , que faz parte do grupo ativo do projeto, vê o empoderamento dos enfermeiros na assistência humanizada com o paciente, em todos as fases, sobretudo no momento pós nascimento, que é desafiador para os casais. “A gestação gera várias angústias e incertezas e o nosso papel é amparar mostrando as mães o plano de cuidados com o recém-nascido, pensando no bem estar delas e também dos bebês, a importância da amamentação, durante a gestação”, diz Elaine. O projeto estende cuidados no pós-alta das mães, com consultoria na amamentação entre outras situações e dúvidas.